sexta-feira, 4 de maio de 2018

PRINCÍPIOS ORIENTADORES DA ORAÇÃO PELOS DOENTES


"Ao orar pelos doentes, cumpre lembrar que “não sabemos o que havemos de pedir como convém”. Romanos 8:26. Não sabemos se a bênção que desejamos será para o bem ou não. Portanto, as nossas orações devem incluir este pensamento: “Senhor, Tu conheces todo o segredo da alma. Estás familiarizado com estas pessoas. Jesus, o seu Advogado, deu a vida por elas. O Seu amor por elas é maior do que é possível ser o nosso. Se, portanto, for para a Tua glória e o bem dos aflitos, pedimos, EM NOME DE JESUS, que sejam restituídas à saúde. Se não for da Tua vontade que se restaurem, rogamos-Te que a Tua graça as conforte e a Tua presença as sustenha em seus sofrimentos.

Deus conhece o fim desde o princípio. Conhece de perto o coração de todos os homens. Lê todo o segredo da alma. Sabe se aqueles por quem se fazem as orações haviam ou não de resistir às provações que lhes sobreviriam, houvessem eles de viver. Sabe se a sua vida seria uma bênção ou uma maldição para si mesmos e para o mundo. Esta é uma razão pela qual, ao mesmo tempo que apresentamos as nossas petições com fervor, devemos dizer: “Todavia, não se faça a minha vontade, mas a Tua.” Lucas 22:42. Jesus acrescentou estas palavras de submissão à sabedoria e vontade de Deus, quando, no jardim de Getsémani, rogava: “Meu Pai, se é possível, passe de Mim este cálice.” Mateus 26:39. Se elas eram apropriadas para Ele, o Filho de Deus, quanto mais adequadas são nos lábios dos finitos e errantes mortais!

A atitude coerente é expor os nossos desejos ao nosso sábio Pai celeste e então, em perfeita segurança, tudo d'Ele confiar. SABEMOS QUE DEUS NOS OUVE SE PEDIRMOS EM HARMONIA COM A SUA VONTADE. MAS INSISTIR NAS NOSSAS PETIÇÕES SEM UM ESPÍRITO SUBMISSO NÃO É CORRETO; AS NOSSAS ORAÇÕES DEVEM TOMAR A FORMA, NÃO DE UMA ORDEM, MAS DE UMA INTERCESSÃO.

Há casos em que o Senhor opera decididamente por Seu divino poder na restauração da saúde. Mas nem todos os doentes são sarados. Muitos são postos a dormir em Jesus. João, na ilha de Patmos, foi mandado escrever: “Bem-aventurados os mortos que, desde agora, morrem no Senhor. Sim, diz o Espírito, para que descansem dos seus trabalhos, e as suas obras os sigam.” Apocalipse 14:13. Vemos por aí que, se as pessoas não forem restituídas à saúde, não devem ser por isso consideradas sem fé.

Todos nós desejamos respostas imediatas e diretas às nossas orações, e somos tentados a ficar desanimados quando a resposta é retardada ou vem por uma maneira que não esperávamos. Mas Deus é demasiado sábio e bom para atender as nossas petições sempre justamente no tempo e pela maneira que desejamos. ELE FARÁ MAIS E MELHOR POR NÓS DO QUE REALIZAR SEMPRE OS NOSSOS DESEJOS. E COMO PODEMOS CONFIAR NA SUA SABEDORIA E NO SEU AMOR, NÃO DEVEMOS PEDIR QUE NOS CONCEDA A NOSSA VONTADE, MAS BUSCAR IDENTIFICAR-NOS COM O SEU DESÍGNIO, E CUMPRI-LO. OS NOSSOS DESEJOS E INTERESSES DEVEM-SE FUNDIR COM A SUA VONTADE. Estas experiências que provam a fé são para o nosso bem. Por elas se manifesta se a nossa fé é verdadeira e sincera, repousando unicamente na Palavra de Deus, ou se depende de circunstâncias, sendo incerta e instável. A fé é revigorada pelo exercício. Devemos permitir que a paciência tenha a sua obra perfeita, lembrando-nos de que há preciosas promessas nas Escrituras para aqueles que esperam no Senhor.

NEM TODOS COMPREENDEM ESSES PRINCÍPIOS. Muitos dos que buscam as restauradoras graças do Senhor pensam que devem ter uma resposta direta e imediata às suas orações, ou se não a sua fé é falha. Por essa razão os que estão enfraquecidos pela doença precisam ser sabiamente aconselhados, para que procedam prudentemente. Eles não devem desatender ao seu dever para com os amigos que lhes sobreviverem, nem negligenciar o emprego dos agentes naturais.

Há muitas vezes perigo de erro nisto. Crendo que hão de ser curados em resposta à oração, ALGUNS TEMEM FAZER QUALQUER COISA QUE POSSA INDICAR FALTA DE FÉ. MAS NÃO DEVEM NEGLIGENCIAR O PÔR EM ORDEM OS SEUS NEGÓCIOS [ISTO É, A SUA VIDA] COMO DESEJARIAM SE ESPERASSEM SER TIRADOS PELA MORTE. NEM TAMBÉM TEMER PROFERIR PALAVRAS DE ÂNIMO OU DE CONSELHO QUE ESTIMARIAM DIRIGIR AOS SEUS AMADOS NA HORA DA PARTIDA. [Nota pessoal: creio que alguns creem mesmo ser um erro falar da possibilidade da morte àqueles que estão doentes. Já fui severamente criticado por familiares (crentes!) de pessoas que estavam doentes, por os ter encorajado a colocarem a sua vida em ordem com Deus e com os outros, para poderem, assim, em paz de consciência, enfrentarem a realidade da morte. A crítica veio porque acreditavam que Deus tem poder para curar os seus queridos. É claro que Deus tem esse poder para curar seja a quem for, MAS, desde quando podemos estar totalmente certos da Sua vontade para aquela pessoa específica? Em TODOS os casos em que fui criticado, as pessoas doentes vieram mesmo a falecer, e eu fico SEMPRE grato ao SENHOR por Ele me dar a coragem de apresentar a realidade da morte àqueles que estão doentes, para que, sejam ou não curados fisicamente, possam ser SEMPRE CURADOS ESPIRITUALMENTE.]

Os que buscam a cura pela oração não devem negligenciar o emprego de remédios ao seu alcance. Não é uma negação da fé usar os remédios que Deus proveu para aliviar a dor e ajudar a natureza na sua obra de restauração. Não é nenhuma negação da fé cooperar com Deus, e colocar-se nas condições mais favoráveis para o restabelecimento. Deus pôs em nosso poder o obter conhecimento das leis da vida. Este conhecimento foi colocado ao nosso alcance para ser empregado. Devemos usar todo o recurso para restauração da saúde, aproveitando-nos de todas as vantagens possíveis, agindo em harmonia com as leis naturais. Tendo orado pelo restabelecimento do doente, podemos trabalhar com muito maior energia ainda, agradecendo a Deus o termos o privilégio de cooperar com Ele, e pedindo-Lhe a bênção sobre os meios por Ele próprio fornecidos.

Temos a sanção da Palavra de Deus quanto ao uso de remédios. Ezequias, rei de Israel, estava doente, e um profeta de Deus levou-lhe a mensagem de que haveria de morrer. Ele clamou ao Senhor, e Este ouviu ao Seu servo, e mandou-lhe dizer que lhe seriam acrescentados quinze anos de vida. Ora, uma palavra de Deus haveria curado instantaneamente a Ezequias; mas foram dadas indicações especiais: “Tomem uma pasta de figos e a ponham como emplastro sobre a chaga; e sarará.” Isaías 38:21.

Certa ocasião, Cristo ungiu os olhos de um cego com terra, e mandou-lhe: “Vai, lava-te no tanque de Siloé. ... Foi, pois, e lavou-se, e voltou vendo.” João 9:7. A cura poderia ser operada unicamente pelo poder do grande Médico; todavia, Cristo fez uso de simples agentes da natureza. Conquanto Ele não favorecesse as medicações de drogas, sancionou o emprego de remédios simples e naturais.

AO TERMOS ORADO PELA RESTAURAÇÃO DE UM ENFERMO, SEJA QUAL FOR O DESENLACE DO CASO, NÃO PERCAMOS A FÉ EM DEUS. Se formos chamados a sofrer a perda, aceitemos o amargo cálice, lembrando-nos de que é a mão de um Pai que no-lo chega aos lábios. Mas, sendo a saúde restituída, não se deveria esquecer que o objeto da misericordiosa cura se acha sob renovada obrigação para com o Criador. Quando os dez leprosos foram purificados, apenas um voltou em busca de Jesus para dar-Lhe glória. Que nenhum de nós seja como os inconsiderados nove, cujo coração ficou insensível diante da misericórdia de Deus. “Toda a boa dádiva e todo o dom perfeito vêm do alto, descendo do Pai das luzes, em quem não há mudança, nem sombra de variação.” Tiago 1:17."

(EGW, A Ciência do Bom Viver, págs. 229 a 233; minha ênfase em maiúsculas)

( fonte )

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