quarta-feira, 8 de novembro de 2017

A Ciência do Bom Viver

Higiene Geral

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V. Princípios de Saúde
Sem algum conhecimento dos princípios de saúde ninguém está em condição de assumir as responsabilidades da vida.

O conhecimento de que o homem deve ser um templo para Deus, uma morada para a revelação de Sua glória, deve ser o mais alto incentivo ao cuidado e desenvolvimento de nossas faculdades físicas. Terrível e maravilhosamente tem o Criador operado na estrutura humana, e nos ordena que a estudemos para lhe compreender as necessidades e fazermos nossa parte no preservá-la de dano e contaminação.

A Circulação do Sangue
Para termos boa saúde, é necessário que tenhamos bom sangue; pois este é a corrente da vida. Ele repara os desgastes e nutre o corpo. Quando provido dos devidos elementos de alimentação e purificado e vitalizado pelo contato com o ar puro, leva a cada parte do organismo vida e vigor. Quanto mais perfeita a circulação, tanto melhor se realizará esse trabalho.
A cada pulsação do coração, o sangue deve fazer, rápida e facilmente, seu caminho a todas as partes do corpo. Sua circulação não deve ser estorvada por vestuários ou cintas apertadas, nem por deficiente agasalho dos membros. Seja o que for que prejudique a circulação, força o sangue a voltar aos

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órgãos vitais, congestionando-os. Dor de cabeça, tosse, palpitação, ou indigestão, eis muitas vezes os resultados.

A Respiração
Para possuir bom sangue, é preciso respirar bem. Plena e profunda inspiração de ar puro, que encha os pulmões de oxigênio, purifica o sangue. Isso comunica ao mesmo uma cor viva, enviando-o, qual corrente vitalizadora, a todas as partes do corpo. Uma boa respiração acalma os nervos, estimula o apetite e melhora a digestão, o que conduz a um sono profundo e restaurador.
Deve-se conceder aos pulmões a maior liberdade possível. Sua capacidade se desenvolve pela liberdade de ação; diminui, se eles são constrangidos e comprimidos. Daí os maus efeitos do hábito tão comum, especialmente em trabalhos sedentários,

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de ficar todo dobrado sobre a tarefa em mão. Nessa postura é impossível respirar profundamente. A respiração superficial torna-se em breve um hábito, e os pulmões perdem a capacidade de expansão. Idêntico efeito é produzido por qualquer constrição. Não se proporciona assim espaço suficiente à parte inferior do peito; os músculos abdominais, destinados a auxiliar na respiração, não desempenham plenamente seu papel, e os pulmões são restringidos em sua ação.
Assim é recebida uma deficiente provisão de oxigênio. O sangue move-se lentamente. Os resíduos, matéria venenosa que devia ser expelida nas exalações dos pulmões, são retidos, e o sangue se torna impuro. Não somente os pulmões, mas o estômago, o fígado e o cérebro são afetados. A pele torna-se pálida, é retardada a digestão; o coração fica deprimido; o cérebro nublado; confusos os pensamentos; baixam sombras sobre o espírito; todo o organismo se torna deprimido e inativo, e especialmente suscetível à doença.

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Os pulmões estão de contínuo expelindo impurezas, e necessitam ser constantemente abastecidos de ar puro. O ar contaminado não proporciona a necessária provisão de oxigênio, e o sangue passa ao cérebro e aos outros órgãos sem o elemento vitalizador. Daí a necessidade de perfeita ventilação. Viver em aposentos fechados, mal arejados, onde o ar é sem vida e viciado, enfraquece todo o organismo. Este se torna particularmente sensível à influência do frio, e uma leve exposição leva à doença. É o viver muito fechadas, dentro de casa, que faz muitas mulheres pálidas e fracas. Respiram o mesmo ar repetidamente, até que ele se carrega de venenosos elementos expelidos pelos pulmões e os poros; e assim as impurezas são novamente levadas ao sangue.

Ventilação e Luz Solar
Na construção de edifícios, seja para fins públicos seja para morada, devia-se tomar cuidado de providenciar quanto à boa ventilação e abundância de luz. As igrejas e salas de aula são muitas vezes deficientes a esse respeito. A negligência da ventilação apropriada é responsável por muita morosidade e sonolência que destrói o efeito de muitos sermões e torna fatigante e ineficaz o trabalho do professor.
O quanto possível, os prédios destinados a servir de morada devem ser situados em terreno alto e enxuto. Isso garantirá um lugar seco, prevenindo o perigo de doenças contraídas pela umidade e a podridão. Esse assunto é com demasiada freqüência considerado muito levemente. Saúde frágil, doenças sérias e muitas mortes são o resultado da umidade e da podridão de lugares baixos e com deficiente escoamento.
Na construção de casas é de especial importância assegurar perfeita ventilação e abundância de sol. Haja uma corrente de ar e quantidade de luz em cada aposento da casa. Os quartos de dormir devem ser colocados de maneira a terem ampla

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circulação de ar noite e dia. Nenhum aposento é apropriado para servir de dormitório, a menos que possa ser completamente aberto todos os dias ao ar e ao sol. Em muitos países, os quartos de dormir precisam ser aparelhados com aquecimento, para que fiquem completamente aquecidos e secos no tempo frio ou úmido.
O quarto dos hóspedes deve merecer cuidados iguais aos que se destinam a uso constante. Como os demais dormitórios, deve receber ar e sol, e ser aparelhado com meios de aquecimento, a fim de secar a umidade que geralmente se acumula num aposento que não é sempre usado. Quem quer que durma num quarto não banhado por sol, ou ocupe uma cama que não seja bem seca e arejada, o faz com risco da saúde, e muitas vezes da própria vida.
Ao construir sua casa, muitos tomam cuidadosas providências quanto às plantas e flores. A estufa ou a janela dedicada às mesmas é quente e ensolarada; pois sem calor, ar e sol, as plantas não poderiam existir e florescer. Se essas condições são necessárias à vida das plantas, quão mais necessárias são à nossa saúde e à de nossa família e hóspedes!
Se queremos que nosso lar seja a morada da saúde e da felicidade, devemos colocá-lo acima da poluição e neblinas das baixadas, dando livre entrada aos celestes elementos de vida. Dispensai as pesadas cortinas, abri as janelas e persianas, não permitais que trepadeiras, por mais belas que sejam, vos ensombrem as janelas, nem que nenhuma árvore fique tão próxima da casa que impeça a luz do sol de nela penetrar. Talvez essa luz desbote as cortinas e os tapetes, e manche os quadros; dará, porém, saudável vivacidade aos rostos das crianças.
Os que têm de atender a pessoas idosas devem lembrar que estas, especialmente, precisam de quartos quentes, confortáveis. O vigor declina à medida que avança a idade, deixando menos vitalidade para resistir às influências insalubres; daí a maior necessidade dos velhos, quanto a abundância de luz solar e de ar renovado e puro.

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O escrupuloso asseio é indispensável tanto à saúde física como à mental. Impurezas são constantemente expelidas do corpo por meio da pele. Seus milhões de poros logo ficam obstruídos, a menos que se mantenham limpos mediante banhos freqüentes, e as impurezas que deviam sair pela pele se tornam mais uma sobrecarga aos outros órgãos eliminadores.
Muitas pessoas tirariam proveito de um banho frio ou tépido cada dia, pela manhã ou à noite. Em vez de tornar mais sujeito a resfriados, um banho devidamente tomado fortalece contra os mesmos, porque melhora a circulação; o sangue é levado à superfície, conseguindo-se que ele aflua mais fácil e regularmente às várias partes do organismo. A mente e o corpo são igualmente revigorados. Os músculos tornam-se mais flexíveis, mais vivo o intelecto. O banho é um calmante dos nervos. Ajuda os intestinos, o estômago e o fígado, dando saúde e energia a cada um, o que promove a digestão.
Também é importante que a roupa esteja sempre limpa. O vestuário usado absorve os resíduos expelidos pelos poros; não sendo freqüentemente mudado e lavado, serão as impurezas reabsorvidas.
Toda forma de desasseio tende à enfermidade. Germes produtores de morte pululam nos recantos escuros e negligenciados, em apodrecidos detritos, na umidade, no mofo e bolor. Nada de verduras deterioradas ou montes de folhas secas se deve permitir que permaneça próximo de casa, poluindo e envenenando o ar. Coisa alguma suja ou estragada se deve tolerar dentro de casa. Em vilas e cidades consideradas perfeitamente salubres, tem-se verificado que muita epidemia de febre se tem originado de matéria em decomposição existente em redor da residência de algum negligente chefe de família.
Perfeito asseio, quantidade de sol, cuidadosa atenção às condições sanitárias em todos os detalhes da vida doméstica são essenciais à prevenção das doenças e ao contentamento e vigor dos habitantes do lar.


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domingo, 5 de novembro de 2017

A Luta Com Um Anjo

Introdução


Não é vulgar ouvirmos falar de um homem a lutar com um anjo. Mas tal aconteceu há quase 4000 anos, entre Jacob e o Anjo do Senhor (Génesis 32). Como resultado dessa luta o anjo mudou o nome de Jacob para “Israel”.

  1. O Significado do Nome Israel

A primeira vez que aparece o nome “Israel” na Bíblia foi quando Jacob lutou com o Anjo e prevaleceu (Gén. 32:26-28). O Senhor então mudou-lhe o nome de Jacob (suplantador, vigarista, enganador), para Israel (como príncipe lutaste com os homens e com Deus e prevaleceste).

Os nomes na Bíblia são descrições do carácter das pessoas. Jacob descrevia o homem de pecado. Israel o novo homem vitorioso sobre o pecado pelo poder do anjo, com quem lutou. Quando o Anjo lhe perguntou o nome, Ele já sabia a resposta. Mas Ele quis que o próprio Jacob o pronunciasse para com isso representar a sua humilde, confissão e afastamento do pecado. Jacob saiu vencedor no teste. Arrependeu-se e colocou-se na inteira dependência da misericórdia de Deus.

A resposta: «Não se chamará mais o teu nome Jacob, mas Israel», revelou que Deus lhe dera um novo carácter! Assim o nome “Israel” era um nome espiritual, simbolizando a vitória espiritual de Jacob sobre o seu pecado de engano do passado. Noutras palavras o homem “Jacob” era agora um “Israel” espiritual.

  1. O Povo de Israel

Israel teve 12 filhos, cujos descendentes saíram do Egipto para Canaã (Êxodo 1:1-5). Os filhos de Israel tinham-se multiplicado muito no Egipto. A partir de certa altura, o faraó, que não conhecera José, impôs-lhes a escravidão, que durou até ao tempo de Moisés. Então Deus disse a Moisés: «Diz a faraó, assim diz o Senhor, Israel é o meu filho, o meu primogénito. ... Deixa ir o meu filho.» (Êxodo 4:22-23).

Vemos por estas palavras que o nome Israel se expande. Não mais se aplica unicamente a Jacob, mas também aos seus descendentes. A nação é agora chamada “Israel”. Assim este nome foi primeiramente aplicado a um homem vitorioso e depois a um povo. Era desejo de Deus que também esta nova nação fosse vitoriosa, como fora Jacob, pela fé n’Ele. Deus chamou a esta nova nação de Israel «o meu filho ... o meu primogénito».

  1. Outros Nomes Aplicados a Israel

Israel foi chamado uma “vinha” que Deus «trouxe do Egipto» (Sal. 80:8). Deus disse: «Mas tu, Israel, és o meu servo, ... a semente de Abraão» (Isa. 41:8). Deus também se referiu a Israel como o meu eleito (Isa. 45:4). Ainda por intermédio de Isaías Deus diz de Israel o seguinte: «Eis aqui o meu Servo, a quem sustenho, o meu Eleito, em quem se compraz a minha alma; pus o meu espírito sobre ele; juízo produzirá entre os gentios. Não clamará, não se exaltará, nem fará ouvir a sua voz na praça. A cana trilhada não quebrará, nem apagará o pavio que fumega: em verdade, produzirá o juízo; não faltará, nem será quebrantado, até que ponha na terra o juízo: e as ilhas aguardarão a sua doutrina.» (Isa. 42:1-4). Não esqueçamos que todas estas palavras se aplicaram originalmente à nação de Israel.

Por volta do ano 800 a. C., o Senhor disse por intermédio do profeta Oséas: «Quando Israel era menino, eu o amei; e do Egipto chamei a meu filho.» (Os. 11:1). No entanto, por este tempo a nação de Israel, que Deus amara, deixara de viver à altura do significado do seu próprio nome. Não tinha vivido vitoriosamente. Com tristeza, Deus declarou: «Mas, como os chamavam, assim se iam da sua face: sacrificavam a baalins, e queimavam incenso às imagens de escultura.» (Os. 11:2). Esta frase, da parte de Deus, é como uma bomba relógio, que vai explodir, de modo assombroso, na revelação do Novo Testamento.

  1. A Noite de Luta

«Na sua noite de angústia, ao lado do Jaboque, quando a destruição parecia estar precisamente diante dele, ensinara-se a Jacob quão vão é o auxílio do homem, quão destituída de fundamento é toda a confiança na força humana. Viu que o seu único auxílio devia vir d’Aquele contra quem tão ofensivmente pecara. Desamparado e indigno, rogou a promessa de misericórdia de Deus ao pecador arrependido. Aquela promessa foi a sua certeza de que Deus o perdoaria e o aceitaria. Mais facilmente poderiam o céu e a Terra passar do que falhar aquela palavra; e foi isto o que o alentou durante aquele terrível conflito.» (Patriarcas e Profetas, p. 200).

  1. A Luta do Povo de Deus no Tempo do Fim

«A experiência de Jacob durante aquela noite de luta e angústia, representa a prova pela qual o povo de Deus deverá passar precisamente antes da segunda vinda de Cristo. O profeta Jeremias, em santa visão, olhando para este tempo, disse: ‘Ouvimos uma voz de tremor, de tremor mas não de paz. ... Porque se têm tornado macilentos todos os rostos? Ah! Porque aquele dia é tão grande, que não houve outro semelhante! E é tempo de angústia para Jacob: ele porém será livrado dela.» (Jer. 30:5-7).

«Quando Cristo cessar a Sua obra como mediador em prol do homem, então começará este tempo de angústia. Ter-se-á então decidido o caso de toda a alma, e não haverá sangue expiatório para purificar do pecado. Ao deixar Jesus a Sua posição como intercessor do homem, junto a Deus, faz-se o solene anúncio: ‘Quem é injusto, faça injustiça ainda; e quem está sujo, suje-se ainda; e quem é justo, faça justiça ainda; e quem é santo, seja santificado ainda.» (Apoc. 22:11). Então o Espírito repressor de Deus é retirado da Terra. Assim como Jacob foi ameaçado de morte pelo seu irmão irado, o povo de Deus estará em perigo por parte dos ímpios, que procurarão destruí-los. E assim como o patriarca lutou toda a noite para conseguir livramento da mão de Esaú, clamarão os justos a Deus, dia e noite, por livramento dos inimigos que os cercam.

«Satanás acusara Jacob diante dos anjos de Deus, pretendendo o direito de destruí-lo por causa do seu pecado; levara Esaú a marchar contra ele; e, durante a longa noite de luta do patriarca, Satanás esforçou-se por impor-lhe a intuição da sua culpa, a fim de o desanimar, e romper o seu apego com Deus. Quando, na sua angústia, Jacob lançou mão do Anjo, e com lágrimas suplicou, o Mensageiro celeste, a fim de provar a sua fé, lembrou-o também do seu pecado, e esforçou-se por escapar dele. Mas Jacob não quis demover-se. Aprendera que Deus é misericordioso, e lançou-se à Sua misericórdia. Fez referência ao arrependimento do seu pecado, e implorou livramento. Ao rever a sua vida, foi impelido quase ao desespero; mas segurou firmemente o Anjo, e com brados ardorosos, aflitivos, insistiu na sua petição, até que prevaleceu.

«Tal será a experiência do povo de Deus na sua luta final com os poderes do mal. Deus lhes provará a fé, a perseverança, a confiança no Seu poder para os livrar. Satanás esforçar-se-á por aterrorizá-los com o pensamento de que os seus casos são sem esperança; que os seus pecados foram demasiado grandes para receberem perdão. Terão uma intuição profunda dos seus malogros; e, ao reverem a sua vida, soçobrar-lhes-ão as esperanças. Lembrando-se, porém, da grandeza da misericórdia de Deus, e do seu próprio arrependimento sincero, alegarão as Suas promessas, feitas por meio de Cristo, aos pecadores desamparados e arrependidos. A sua fé não faltará por não serem as suas orações respondidas imediatamente. Apoderar-se-ão da força de Deus, assim como Jacob lançou mão do Anjo; e a expressão da sua alma será: ‘Não te deixarei ir, se me não abençoares’.

«Se Jacob não se houvesse arrependido previamente do pecado de obter a primogenitura pela fraude, Deus não poderia ter ouvido a sua oração e misericordiosamente preservado a sua vida. Assim, no tempo de angústia, se o povo de Deus houvesse de ter pecados não confessados, para aparecerem diante deles enquanto torturados pelo temor e angústia, abater-se-iam; o desespero lhes cortaria a fé, e não poderiam ter confiança para pleitearem com Deus o seu livramento. Mas, conquanto tenham uma intuição profunda da sua indignidade, não terão faltas ocultas a revelar. Os seus pecados ter-se-ão obliterado pelo sangue expiatório de Cristo, e eles não os podem trazer à lembrança.» (Ibidem, pp. 200-202).

  1. Deus não Tolera o Mal

«Satanás leva muitos a crer que Deus não tomará em consideração a sua infidelidade nas menores coisas da vida; mas o Senhor mostra, no seu trato com Jacob, que Ele não pode, de maneira alguma, sancionar ou tolerar o mal. Todos os que se esforçam por desculpar ou esconder os seus pecados, e permitem que eles permaneçam nos livros do Céu, sem serem confessados ou perdoados, serão vencidos por Satanás. Quanto mais exaltada for a sua profissão, e mais honrada a posição que ocupam, mais ofensiva é a sua conduta aos olhos de Deus, e mais certa a vitória do grande adversário.

«Contudo, a história de Jacob é uma segurança de que Deus não repelirá aqueles que foram atraídos ao pecado, mas que voltaram a Ele com verdadeiro arrependimento. Foi pela entrega de si mesmo e por uma fé tranquilizadora que Jacob alcançou o que não conseguira ganhar com o conflito na sua própria força. Deus assim ensinou a Seu servo que o poder e a graça divina unicamente lhe poderiam dar a benção que ele desejava com ardor. De modo semelhante será com aqueles que vivem nos últimos dias. Ao rodearem-nos os perigos, e ao apoderar-se da alma o desespero, devem confiar unicamente nos méritos da obra expiatória. Nada podemos fazer de nós mesmos. Em toda a nossa desajudada indignidade, devemos confiar nos méritos do Salvador crucificado e ressuscitado. Ninguém jamais perecerá enquanto fizer isto. A lista longa e negra dos nossos delitos está diante dos olhos do Ser infinito. O registo é completo; nenhuma das nossas ofensas é esquecida. Aquele, porém, que ouviu os clamores dos Seus servos na antiguidade, ouvirá a oração da fé, e perdoará as nossas transgressões. Ele o prometeu, e cumprirá a Sua palavra.» (Ibidem, p. 202).


Conclusão


«Jacob prevaleceu porque foi perseverante e resoluto. A sua experiência testifica do poder da oração importuna. É agora que devemos aprender esta lição da oração que prevalece, de uma fé que não cede. As maiores vitórias da igreja de Cristo, ou do cristão em particular, não são as que são ganhas pelo talento ou educação, pela riqueza ou favor dos homens. São as vitórias ganhas na sala de audiência de Deus, quando uma fé cheia de ardor e agonia lança mão do braço forte da oração.

«Aqueles que não estiverem dispostos a abandonar todo o pecado e buscar fervorosamente a bênção de Deus, não a obterão. Mas todos os que lançarem mãos das promessas de Deus, como fez Jacob, e forem tão fervorosos e perseverantes como ele o foi, serão bem-sucedidos como ele. ‘E Deus não fará justiça aos seus escolhidos, que clamam a Ele de dia e de noite, ainda que tardio para com eles? Digo-vos que depressa lhes fará justiça.’ (Lucas 18:7-8).» (Ibidem, p. 203).

segunda-feira, 25 de setembro de 2017

50 Conselhos de Ellen G. White Sobre Música

compilação por: Pr. Irineu Koch
1. O que diz EGW sobre a perversão e o emprego correto da música?
“A música, muitas vezes, é pervertida para servir a fins maus, e assim se torna um dos poderes mais sedutores para a tentação. Corretamente empregada, porém, é um dom precioso de Deus, destinado a erguer os pensamentos a coisas altas e nobres, a inspirar e elevar a alma.” (Ed. pág. 166)

2. Mencione 5 dos poderes que a música possui.
“Poder para: (1) subjugar as naturezas rudes e incultas; poder para (2) suscitar pensamentos e (3) despertar simpatia, para (4) promover a harmonia de ação e (5) banir a tristeza e os maus pensamentos, os quais destroem o ânimo e debilitam o esforço.” (Ed. pág. 167)

3. Que tipo de música deve ser cantado no lar?
“Que haja cântico no lar, de hinos que sejam suaves e puros, e haverá menos palavras de censura e mais de animação, esperança e alegria.” (Ed., pág. 167)

4. Que relação existe entre o canto e a oração como partes do culto?
“Como parte do culto, o canto é um ato de adoração tanto quanto a oração” (Ed., pág. 167)

5. Em que aspecto é a música um dos mais eficientes meios?
“O canto é um dos meios mais eficientes para impressionar o coração com verdades espirituais.” (R.H., 6 de Junho de 1912)

6. O que é capaz de fazer o cântico quando glorifica a Deus?
“Vi que o cântico que glorifica a Deus afasta, com freqüência, o inimigo e que louvar o Senhor o derrotaria e nos daria a vitória.” (Carta 5, 1850)

7. Como Jesus usava a música?
(1) Para livrar-Se da tentação. (Ev. pág. 498)
(2) Para saudar a luz matinal.
(3) Para alegrar Suas horas de labor.
(4) Para levar alegria celeste ao cansado e ao abatido. (CBV., pág. 52)
(5) Para expressar o contentamento que Lhe ia no coração.
(6) Para Louvar e dar graças a Deus.
(7) Para manter comunhão com o Céu.
(8) Para animar os companheiros que se queixavam da fadiga do trabalho.
(9) Para banir os anjos maus.
“Dir-se-ia que Seu louvor bania os anjos maus e, como incenso, enchia de fragrância o lugar em que Se achava. O espírito dos ouvintes era afastado de seu terreno exílio, para o lar celestial.” (DTN., pág. 73)

8. Porque que os Israelitas repetiam o cântico junto ao mar durante suas viagens?
Para animar os corações e acender a fé dos viajantes peregrinos.
“Assim, elevavam-se seus pensamentos acima das provações e dificuldades do caminho; abrandava-se, acalmava-se aquele espírito inquieto e turbulento; implantavam-se os princípios da verdade na memória; e fortalecia-se a fé. A ação combinada ensinava ordem e unidade, e o povo era levado a um contato mais íntimo com Deus e com outros.” (Ed., pág. 39)

9. Analise o contraste que há entre o antigo costume e os usos a que muitas vezes é a música hoje dedicada?
“Fazia-se com que a música servisse a um santo propósito, a fim de erguer os pensamentos àquilo que é puro, nobre e edificante, e despertar na alma devoção e gratidão para com Deus. Que contraste entre o antigo costume, e os usos a que muitas vezes é a música hoje dedicada! Quantos empregam esse dom para exaltar o “eu”, em vez de usá-lo para glorificar a Deus!” (PP. 12ª ed., de 1991, pág. 637)

10. O que leva os incautos a se unirem com os amantes do mundo?
“O amor pela música leva os incautos a unir-se com os amantes do mundo nas reuniões de diversões aonde Deus proibiu a seus filhos irem.” (Ibid.)

11. Para que Satanás emprega a música?
Para distrair a mente do dever e da contemplação das coisas eternas.
Assim aquilo que é uma grande bênção quando devidamente usado, torna-se um dos mais bem sucedidos fatores pelos quais Satanás distrai a mente, do dever e da contemplação das coisas eternas.” (Ibid.)

12. Qual deve ser nosso esforço no que diz respeito a nossos cânticos de louvor?
“… Devemos esforçar-nos, em nossos cânticos de louvor, por nos aproximar tanto quanto possível da harmonia dos coros celestiais (Ibid.)

13. O que ocorre quando cantamos com o espírito e a compreensão?
“Quando seres humanos cantam com o Espírito e a compreensão, músicos celestes apreendem os acordes e unem-se no cântico de louvor (Testimonies, Vol. 9, págs. 143.)

14. Com que intenção deve-se gastar tempo no cultivo da voz?
“Aquele que nos tem concedido todos os dons que nos capacitam a ser coobreiros com Deus, espera que Seus servos cultivem suas vozes, a fim de que possam falar e cantar de modo que todos compreendam. Não é necessário um cântico ruidoso, mas entoação clara, pronúncia correta e expressão vocal distinta. Que haja tempo para o cultivo da voz de modo que o louvor a Deus possa ser entoado em tons claros e suaves, não com aspereza e estridência que ofendem o ouvido.” (Ibid.)

15. Por que é difícil disciplinar os cantores e mantê-los em forma ordeira?
“Mas às vezes é mais difícil disciplinar os cantores e mantê-los em forma ordeira, do que desenvolver hábitos de oração e exortação. Muitos querem fazer as coisas à sua maneira. Não concordam com deliberações, e são impacientes sob a liderança de alguém. No serviço de Deus se requerem planos bem amadurecidos. O bom senso é coisa excelente no culto do Senhor.” (EV., pág. 505)

16. O que não é música? Quais as duas características do bom cântico?
“Pensam alguns que, quanto mais alto cantarem, tanto mais música fazem; barulho, porém, não é música. O bom canto é como a melodia dos pássaros – dominado e melodioso.” ( EV., pág. 510)

17. Qual seria a característica de solos inadequados?
 “Tenho ouvido em algumas de nossas igrejas solos que eram de todo inadequados ao culto da casa do Senhor. As notas longamente puxadas e os sons peculiares, comuns no canto de óperas, não agradam aos anjos.” (Ibid.)

18. Que tipo de cânticos os anjos unem-se a nós em cantar?
“Eles (os anjos – pois esta nota é continuação da anterior)se deleitam em ouvir os simples cantos de louvor entoados em tom natural. Os cânticos em que cada palavra é pronunciada claramente, em tom harmonioso, eis os que eles se unem a nós em cantar. Eles tomam o estribilho entoado de coração com o Espírito e o entendimento.” (EV., págs. 510 e 511)

19. Que tipo de cântico é preferível para os serviços de adoração a Deus?
O canto congregacional. “Nem sempre poucos devem tomar parte no serviço de canto. Tanto quanto possível que toda a congregação se una em louvor.” (Testimonies, vol. 9, pág. 144). “O canto não deve ser feito apenas por uns poucos. Todos os presentes devem ser estimulados a tomar parte no serviço de canto.” (EV., pág. 507)

20. Que critérios devem ser usados na escolha do canto para o culto divino?
(1) Devemos nos esforçar para aproximar-nos o mais possível da harmonia dos coros celestiais.
(2) Usar vozes educadas.
(3) Escolher hinos com música apropriada para a ocasião.
(4) Melodias alegres, mas solenes.
(5) Voz modulada, suavizada e dominada.
“A música forma uma parte do culto de Deus nas cortes do alto. Devemos esforçar-nos em nossos cânticos de louvor, por aproximar-nos o mais possível da harmonia dos coros celeste. Tenho ficado muitas vezes penalizada ao ouvir vozes não educadas, elevadas ao máximo diapasão, guinchando positivamente as palavras sagradas de algum hino de louvor. Quão impróprias essas vozes agudas, estridentes, para o solene e jubiloso culto de Deus! Desejo tapar os ouvidos, ou fugir do lugar, e regozijo-me ao findar o penoso exercício. Os que fazem do canto uma parte do culto divino, devem escolher hinos com música apropriada para a ocasião, não notas de funeral, porém melodias alegres, e todavia solenes. A voz pode e deve ser modulada, suavizada e dominada.” (EV., págs. 507 e 508)

21. Do que Deus não se agrada (em termos de música)?
“Vi que todos devem cantar com o espírito e com o entendimento também. Deus não se agrada de algaravia e desarmonia (dissonância). O correto é sempre mais grato que o errado.” (Testimonies, Vol. 1, pág. 146 TS. Vol. 1, pág. 45)

22. Quais os resultados quando o povo de Deus aproxima-se do canto correto, harmonioso?
Deus é glorificado, a igreja beneficiada e os incrédulos favoravelmente impressionados.
“E quanto mais perto o povo de Deus puder aproximar-se do canto correto, harmonioso, tanto mais é Ele glorificado, a igreja beneficiada, e os incrédulos favoravelmente impressionados.” (Ibid.)

23. Como eram as músicas executadas na reunião campal de Indiana em 1900 segundo relatado por Testemunhas oculares?
(1) Acompanhadas por instrumentos musicais tais como: órgão, contrabaixo, rabecas, flautas, tamborins, cornetas e um grande surdo.
(2) Muito altas a ponto de não se poder ouvir a voz da congregação ao cantarem.
(3) São músicas dançantes com letra sagrada.
(4) Não usavam o hinário que os Adventistas da época usavam.
(5) Eram ritmadas.

24. Como seriam as músicas imediatamente antes da terminação da Graça? Por que seria assim?
Com gritos, tambores e dança. Porque os sentidos dos seres racionais ficarão confundidos.
“As coisas que descrevestes como tendo lugar em Indiana o Senhor revelou-me que haviam de ter lugar imediatamente antes da terminação da graça. Demosntrar-se-á tudo quanto é estranho. Haverá gritos com tambores, música e dança. Os sentidos dos seres racionais ficarão tão confundidos que não se pode confiar neles quanto a decisões retas.” (ME. Vol. 2, pág. 36)

25. A quem haveriam de atribuir o tipo de música que ocorria antes da terminação da Graça?
“E isto será chamado operação do Espírito Santo (Ibid.)

26. Por que métodos o Espírito Santo nunca Se revela?
“O Espírito Santo nunca se revela por tais métodos, em tal balbúrdia de ruído.” (Ibid.)

27. Com que intenção Satanás criaria tal tipo de música?
“Isto é uma invenção de Satanás para encobrir seus engenhosos métodos para anular o efeito da pura, sincera, elevadora, enobrecedora e santificante verdade para este tempo.”(Ibid.)

28. O que seria melhor do que usar o tipo de música usada na Campal de 1900?
“É melhor nunca ter o culto do Senhor misturado com música do que usar instrumentos músicos para fazer a obra que, foi-me apresentado em Janeiro último, seria introduzida em nossas reuniões campais. A verdade para este tempo não necessita nada dessa espécie em sua obra de converter almas. Uma balbúrdia de barulho choca os sentidos e perverte aquilo que, se devidamente dirigido, seria uma bênção.” (Ibid.)

29. O que Satanás fará da música?
“Essas coisas que aconteceram no passado hão de acorrer no futuro. Satanás fará da música um laço pela maneira por que é dirigia.” (ME. Vol. 2. pág. 38)

30. Como não sermos enganados pelos ardis de Satanás?
Lendo, estudando e dando ouvidos à Palavra de Deus e aos Testemunhos do Espírito de Profecia.
“Deus convida Seu povo, que tem a luz diante de si na Palavra e nos Testemunhos, a ler e considerar, e dar ouvidos. Instruções claras e definidas tem sido dadas a fim de todos entenderem.”(Ibid.)

31. Que tipo de música não se ouviam nas Escolas dos Profetas?
“A arte da melodia sagrada era diligentemente cultivada [na Escola dos Profetas]. Não se ouviam valsas frívolas ou canções petulantes que elogiassem o homem e desviassem de Deus a atenção; ouviam-se, porém, sagrados e solenes salmos de louvor ao Criador, que engrandeciam Seu nome e relatavam Suas obras maravilhosas.” (FEC.pág. 97)

32. A música que usamos pode desagradar a Deus, mesmo em reuniões sociais?
“Tem havido em _________ uma espécie de reuniões sociais inteiramente diversas em seu caráter, reuniões de prazer, que tem sido um opróbrio às nossas instituições e à igreja. Essas reuniões estimulam o orgulho do vestuário, orgulho da aparência, a satisfação do próprio eu, a hilaridade e frivolidade. Satanás é recebido como hóspede de honra e toma posse dos que promovem essas reuniões.
“A visão de que um desses grupos me foi apresentada – grupo em que se achavam reunidas pessoas que professavam crer na verdade. Uma delas achava-se a um instrumento de música, e cantava canções que faziam chorar os anjos da guarda; Havia ruidosa alegria, havia riso vulgar, abundância de entusiasmo e uma espécie de inspiração; mas a alegria era daquela espécie que unicamente Satanás é capaz de produzir.” (CPPE. pág. 306)

33. Que tipo de música se adequam ao gosto dos jovens?
“Foi-me mostrado que a juventude deve assumir um padrão elevado e fazer da Palavra de Deus seu conselheiro e sua guia. Solenes responsabilidades repousam sobre os jovens, às quais consideram levianamente. A apresentação de música em seus lares em vez de conduzir à santidade e espiritualidade tem sido um meio para afastar as mentes da verdade. Canções frívolas e música popular do dia parecem adequadas ao seu gosto. Os instrumentos de música tem tomado o tempo que deveria ser devotado à oração.” (Testimonies, vol. 1, págs. 496 e 497)

34. Descreva a atitude dos anjos diante de um grupo de cristãos que cantam músicas e canções frívolas?
“As coisas eternas tem pouco peso para a juventude. Anjos de Deus choram quando registram palavras e atos de professos cristãos. Adejam anjos em torno de uma habitação além. Jovens estão ali reunidos; ouvem-se sons de música em canto e instrumentos. Cristãos acham-se reunidos nessa casa; mas que é que ouvis? Um cântico, uma frívola canção, própria para um salão de baile. Vede, os puros anjos recolhem para si a luz, e os que se acham naquela habitação são envolvidos pelas trevas. Os anjos afastam-se da cena. Tem a tristeza no semblante. Vede como choram! Isto vi eu repetidas vezes pelas fileiras dos observadores do sábado, e especialmente em _____________.” (Testimonies vol. 1, pág. 506)

35. O que é música para muitos professos observadores do sábado?
“A música é o ídolo adorado por muitos professos cristãos observadores do Sábado. Satanás não faz objeções à música, uma vez que a possa tornar um caminho de acesso à mente dos jovens (Ibid.)

36. Que tipo de música não se harmoniza com o gosto de jovens cristãos professos?
“Jovens reúnem-se para cantar e, se bem que cristãos professos, desonram freqüentemente a Deus e sua fé por frívolas conversas e a escolha que fazem da música. A música sagrada não está em harmonia com seus gostos. Minha atenção foi dirigida aos positivos ensinos da Palavra de Deus, que haviam sido passados por alto. No juízo todas essas palavras da Inspiração hão de condenar os que não lhes deram ouvidos.” (Ibid.)

37. O que produz as diversões teatrais?
“Entre os mais perigosos lugares de diversões, acha-se o teatro. Em vez de ser uma escola de moralidade e virtude, como muitas vezes se pretende, é um verdadeiro foco de imoralidade. Hábitos viciosos e propensões pecaminosas são fortalecidos e confirmados por esses entretenimentos. Canções baixas, expressões e atitudes licenciosos depravam a imaginação e rebaixam a moralidade. Todo jovem que costuma assistir a essa exibições se corromperá em seus princípios. Não há em nosso país influência mais poderosa para envenenar a imaginação, destruir as impressões religiosas e tirar o gosto pelos prazeres tranqüilos e as realidades sóbrias da vida, que as diversões teatrais. O amor a essas cenas aumenta a cada condescendência, assim como o desejo de bebidas intoxicantes se fortalece com seu uso. (CPPE., pág. 302)

38. Como Balão conseguiu trazer o desagrado de Deus sobre os Israelitas?
“…Aconselhou Balaque a proclamar uma festa idólatra em honra a seus deuses, e persuadiria os israelitas a assistirem-na de modo que se deleitassem com a música, e então, as mais belas mulheres midianitas seduziriam os israelitas levando-os a transgredir a lei de Deus e a se corromperem e também influenciariam a sacrificar aos ídolos. Este conselho satânico foi muito bem sucedido.” (Spiritual Gifts, vol. 4, pág. 49)
” Iludidos pela música e dança, e seduzidos pela beleza das vestais gentílicas, romperam sua fidelidade com Jeová (PP., pág. 479)

39. EGW. fala de música secular aceitável cantada pelos músicos do navio onde se encontrava. Que características possuíam?
“Por cerca de uma hora a neblina não se dissipava e o sol não conseguia penetrá-la. Os músicos (no navio), que deviam desembarcar naquele local, entretinham os impacientes passageiros com música bem apresentada e bem selecionada. Ela não feria os sentidos como na noite anterior, mas era suave e realmente gratificante aos sentidos porque era harmoniosa.” (Carta 6b, págs. 2 e 3 . Escrita ao desembarcar na Nova Zelândia em Fevereiro de 1893)

40. A formação musical do irmão “S”se adequava mais a quê?
“O irmão S possui bom conhecimento musical, mas sua formação em música foi do tipo a adequar-se mais ao palco do que ao solene culto de Deus (Manuscrito 5, 1874)

41. Qual a opinião de EGW, sobre os movimentos corporais na música para o serviço religioso?
“Movimentos corporais são de pouco proveito. Tudo o que está ligado, de alguma forma, com o serviço religioso deve ser digno, solene e impressivo….Pode-se dizer o mesmo do canto. Assumis atitudes não dignas. Podes todo o volume e potência de voz que podeis. Abafais os acordes mais suaves e as notas de vozes mais harmoniosas que a vossa. Esse movimento corporal e a voz alta e estridente não faz harmonia àquele que ouvem na terra e aos que ouvem no Céu (Ibid.)

42. Do que Deus não se agrada em Ministros que professam ser representantes de culto? Por quê?
“Deus não se agrada quando ministros que professam ser representantes de Cristo, representam-No tão mal como se fossem arremessar o corpo em atitudes de representação, gesticulando de modo indigno e vulgar, apresentando movimentos grosseiros e reles. Tudo isso diverte e despertará a curiosidade daqueles que desejam ver coisas estranhas, empolgantes e bizarras, mas não elevará a mente e o coração daqueles que as testemunham.” (Ibid.)

43. O que não apresenta o coro dos anjos? Por quê?
“O coro dos anjos não apresenta notas estridentes e gesticulações. Seu canto não irrita o ouvido. É suave e melodioso e flui sem o esforço que eu tenho presenciado. Não é forçado e estridente exigindo exercícios físicos (Ibid.)

44. Quando há movimentos grosseiros durante o canto, o que ocorre com alguns?
“Alguns não conseguem reprimir pensamentos não sagrados e sentimentos de leviandade ao ver os movimentos grosseiros durante o canto.” (Ibid.)

45. A exibição e contorções do corpo, a aparência desagradável da melodia forçada pareciam tão fora de lugar para onde? O que produziam?
“A exibição e contorções do corpo, a aparência desagradável da melodia forçada pareciam tão fora de lugar para a casa de Deus, tão cômicas, que as solenes impressões produzidas nas mentes foram removidas. Os pensamentos daqueles que crêem na verdade não permanecem tão elevados como antes do canto.” (Ibid.)

46. Por que foi muito difícil tratar com o irmão “S “?
“Tem sido muito difícil lidar com o caso do irmão S.. Ele tem se portado como uma criança indisciplinada e deseducada. Quando seus atos são questionados, em vez de tomar a reprovação como uma bênção, ele deixa que seus sentimentos o julguem melhor, torna-se desencorajado e não faz nada. Se ele não puder fazer tudo como quiser, do seu modo, não ajudará de modo nenhum (Ibid.)

47. Qual a origem da música?
“A música é de origem celeste. Há grande poder nela.” (Ibid.)

48. É suficiente conhecer os rudimentos do canto? Por quê?
“Não é suficiente conhecer os rudimentos do canto; porém, aliado ao conhecimento, deve haver tal ligação com o Céu que anjos possam cantar através de nós.” (Ibid.)

49. O irmão “S” cantava na igreja mas seu canto em realidade era oferecido a quem?
“Tendes cantado mais para os homens do que para Deus (Ibid.)

50. Qual era o árduo trabalho do irmão “S”?
“Tem sido um árduo trabalho para vós superar vossos hábitos naturais e viver uma vida santa e abnegada.” (Ibid.)

( ver fonte )

sábado, 1 de abril de 2017

O Amor de Deus pela Humanidade

Colecção “VERDADES ETERNAS”

O Amor de Deus pela Humanidade

Deus criou o homem perfeitamente santo e feliz; e a formosa Terra, ao sair das mãos do Criador, não apresentava o menor vestígio de corrupção nem a mais ligeira sombra de maldição. Foi a desobediência à lei de Deus – à lei do amor – que trouxe a miséria e a morte. Não obstante, no próprio seio dos sofrimentos que resultam do pecado revela-se ainda o amor de Deus. Está escrito que Deus amaldiçoou a terra por causa do homem (Génesis 3:17). Mas os espinhos e cardos – as dificuldades e provações que fazem da vida um longo calvário – foram-nos enviados para nosso bem; entram no plano de Deus como meio de sairmos do estado de degradação e ruína em que o pecado nos mergulhou. De resto, no mundo nem tudo são tristezas e sofrimentos. A própria natureza envia mensagens de esperança e conforto. Brotam flores sobre os cardos e desabrocham rosas sobre os espinhos


O Amor de Deus pela Humanidade

«Deus é amor». Esta palavra lê-se em cada botão de flor e em cada haste de erva. Os buliçosos passarinhos que alvorotam os ares com os seus alegres trinos; as flores de delicados e variados matizes, que embalsamam a atmosfera com o seu doce perfume; as gigantescas árvores da floresta com a sua luxuriante ramagem de um verde vivo, – tudo nos fala da terna e paternal solcitude do nosso Deus, e do Seu desejo de fazer a felicidade dos Seus filhos.

No céu e na terra, Deus deixou-nos testemunhas inumeráveis da Sua bondade. Por intermédio da natureza e por provas de um amor mais terno e mais profundo do que o coração humano pode conceber, esforçou-se por Se revelar a nós. Mas tudo isso ainda não é senão um reflexo bem pálido do Seu carácter. E, apesar de tudo, o inimigo do bem cegou a tal ponto o espírito dos homens, que olham para Deus com temor e consideram-n’O como um ser inexorável. Satanás faz passar o nosso Pai celeste por um ser de uma injustiça inflexível, por um juiz severo e por um credor exigente e cruel. Ele pinta o Criador como um ser que espia os homens, procurando descobrir os seus pecados e erros, a fim de os ferir com os Seus juízos.

Foi para dissipar esse véu de trevas, revelando ao mundo o infinito amor de Deus, que Jesus baixou para viver entre os homens


O Filho de Deus veio do céu para revelar o Pai.

Descrevendo a Sua missão terrestre, Jesus disse: «O Espírito do Senhor é sobre mim, pois me ungiu para evangelizar os pobres, enviou-me a curar os quebrantados do coração, a apregoar a liberdade aos cativos e dar vista aos cegos; a pôr em liberdade os oprimidos.» (Lucas 4:18-19). Tal era a Sua obra. Ia de lugar em lugar, fazendo o bem e curando os oprimidos por Satanás. Havia aldeias inteiras em que se não via mais casa alguma onde se ouvissem lamentos de enfermo, porque Jesus por elas passara e curara os seus doentes. A Sua obra testemunhava que era o Ungido de Deus. O amor, a misericórdia e a compaixão revelavam-se em cada acto da Sua vida. O Seu coração transbordava de terna simpatia pelos filhos dos homens. Revestira-Se da natureza humana para poder atingir as necessidades do homem. Os mais pobres e humildes não receavam aproximar-se. As próprias criancinhas sentiam-se atraídas para Ele. Gostavam de trepar para os Seus joelhos e fixar os olhos no Seu rosto bondoso e pensativo.

Jesus nada suprimia à verdade, mas dizia-a sempre com caridade. O Seu convívio com o povo era caracterizado por um tacto perfeito, por uma insinuante delicadeza. Nunca se viam n’Ele modos bruscos; jamais pronunciava desnecessariamente uma palavra severa, nem motivava dores desnecessárias a uma alma sensível. Não censurava a fraqueza humana. Dizia a verdade, mas sempre com amor. Denunciava a hipocrisia, a incredulidade e a injustiça; mas nessa altura as lágrimas embargavam-Lhe a voz. Chorou sobre Jerusalém, a cidade amada que recusava recebê-l’O, a Ele, que era o Caminho, a Verdade e a Vida. Havia rejeitado o seu Salvador, mas Ele continuava a quererê-la com ternura e compaixão. A Sua vida era feita de abnegação e de solicitude pelos outros. Toda a alma era preciosa aos Seus olhos. Sem que nunca Se deixasse de conduzir com dignidade divina, inclinava-Se, com a mais terna simpatia, sobre cada membro da família de Deus. Via em todos os homens almas caídas, cuja salvação constituía o objecto da Sua missão.

Tal é o carácter de Cristo, revelado na Sua vida. Tal é o carácter de Deus. É do coração do Pai que as torrentes da compaixão divina, manifestada em Cristo, dimanam para os filhos dos homens. Jesus, o terno e compassivo Salvador, era Deus manifestado em carne (I Timóteo 3:16).

Foi para nos remir que Jesus viveu, sofreu e morreu. Tornou-Se um “Varão de dores”, a fim de nos fazer participantes das alegrias eternas. Deus permitiu que o Seu Filho amado, cheio de graça e de verdade, deixasse a mansão de inefável glória, para vir a um mundo manchado e corrupto pelo pecado e obscurecido pela sombra da maldição e da morte. «O castigo que nos traz a paz estava sobre ele e pelas suas pisaduras fomos sarados» (Isaías 53:5). Contemplai-O no deserto, no Getsémani, sobre a cruz! O Imaculado Filho de Deus tomou sobre Si o fardo dos nossos pecados! Ele,que fora um com Deus, sentiu na alma a terrível separação que o pecado cava entre Deus e o homem, separação que arrancou dos Seus lábios este grito de angústia: «Meu Deus, meu Deus, porque me desamaparaste?» (Mateus 27:46). Foi o peso do pecado e o sentimento da sua terrível enormidade, que quebrantaram o coração do Filho de Deus.

Mas este grande sacrifício não foi consumado a fim de fazer nascer no coração do Pai sentimentos de amor para com o homem, a fim de O dispor a salvá-lo. Não, não! «Deus amou o mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigénito» (João 3:16). O Pai ama-nos, mas não em virtude da grande propiciação; justamente porque nos ama é que nos deu esta propiciação. Cristo foi o instrumento pelo qual o Pai pôde derramar o Seu infinito amor sobre o mundo caído.

Ele o deu, não só para viver entre os homens, tomar sobre Si os seus pecados, e morrer em seu lugar; Cristo devia solidarizar-se com as necessidades e interesses da humanidade. Ele, que era um com o Pai, uniu-se aos filhos dos homens por laços indissolúveis. Jesus «não se envergonha de nos chamar irmãos» (Hebreus 2:11). Ele é a nossa Propiciação, o nosso Advogado, o nosso Irmão, apresentando-Se revestido com a forma humana perante o trono do Pai, e será durante toda a eternidade um com a raça humana que Ele – o Filho do homem –resgatou. E tudo isto, a fim de que o homem pudesse ser erguido da ruína e degradação do pecado, a fim de o pôr em condições de reflectir o amor de Deus e de participar do gozo da eternidade.

O preço pago pela nossa redenção, o sacrifício infinito do nosso Pai celeste entregando o Seu Filho para morrer por nós, deveria inspirar-nos uma alta ideia do que podemos tornar-nos por meio de Cristo. Depois de o inspirado apóstolo João haver contemplado a altura, a profundidade e a amplidão do amor do Pai para com a humanidade perdida, foi possuído de sentimentos de adoração e reverência; e, não podendo encontrar linguagem apropriada para exprimir a intensidade e ternura desse amor, exclamou: «Vede quão grande caridade nos tem concedido o Pai: que fôssemos chamados filhos de Deus» (I João 3:1). Que alta valia esse amor deu ao homem! Pela transgressão, os filhos de Adão tornaram-se sujeitos a Satanás. Pela fé no sacrifício expiatório de Cristo, eles podem voltar a ser filhos de Deus. Assumindo a natureza humana, Cristo elevou a humanidade. Os homens caídos são colocados numa posição em que, mediante a união com Cristo, podem, na verdade, tornar-se dignos do nome de filhos de Deus.

Filhos do Rei celeste! Preciosa promessa! Tema inesgotável de meditação! O amor insondável de Deus por um mundo que não O amou! Tal amor é sem exemplo. A sua contemplação subjuga a alma e torna os pensamentos cativos da vontade de Deus. Quanto mais estudamos o carácter divino à luz que vem da cruz, tanto mais descobrimos nele a clemência e a ternura, tanto melhor vemos a misericórdia unida à equidade e à justiça, e tanto maior discernimos as inumeráveis provas de um amor que é infinito, e de uma compaixão que sobrepuja o amor ardente da mais terna mãe pelo seu filho extraviado


A necessidade de um Redentor

O homem foi de início dotado de faculadades nobres e de um espírito bem equilibrado. Era fisicamente perfeito e moralmente em harmonia com Deus. Os seus pensamentos eram puros, santas as suas aspirações. Mas pela desobediência as suas faculdades perverteram-se e o egoísmo substituiu o amor. Fez-se cativo de Satanás, e assim teria permanecido para sempre se Deus não tivesse intervido de modo especial. O fim do tentador era frustrar o plano divino ao criar o homem e cobrir a terra de miséria e desolação. E todo este mal ele apontava como consequência da criação do homem por Deus.

No seu estado de inocência o homem vivia numa feliz comunhão com Aquele «em quem estão escondidos todos os tesouros da sabedoria e da ciência» (Colossenses 2:3). Mas depois do pecado, não podendo já encontrar prazer na santidade, procurou esconder-se da presença de Deus. Tal é ainda hoje o estado do coração não convertido. Não bate em uníssono com o coração de Deus e não encontra prazer algum na Sua comunhão. O pecador não poderia sentir-se feliz na presença de Deus; o contacto com os santos seres tornar-se-lhe-ia , pelo contrário, intolerável. Se lhe fosse permitido entrar no Céu, este nenhum gozo lhe proporcionaria. O espírito de desinteressado amor que ali reina – onde cada coração reflecte o Infinito Amor – não encontraria eco na sua alma. Os seus pensamentos, interesses e desígnios estariam em oposição com os de todos aqueles que ali habitam. Ele seria para ele uma nota discordante na melodia do Céu. O Céu seria para ele um lugar de tortura. O seu único pensamento seria ocultar-se d’Aquele que ali é luz e centro de todas as alegrias. Não é um decreto arbitrário da parte de Deus que exclui do Céu os ímpios; estes são exc luídos pela sua própria incapacidade para gozar da companhia dos seus habitantes. A glória de Deus seria para eles um fogo devorador. Acolheriam com júbilo a destruição para furtar-se à presença d’Aquele que morreu para os resgatar.

É-nos impossível, por nós mesmos, sair do abismo de pecado em que estamos mergulhados. Os nossos corações são maus e não os podemos transformar. «Quem do imundo tira o puro? Ninguém.» «A inclinação da carne é inimizade contra Deus, pois não é sujeita à lei de Deus, nem, em verdade, o pode ser.» (João 14:4; Romanos 8:7). A educação, a cultura, o exercício da vontade, os esforços humanos, tudo tem a sua legítima esfera de acção, mas, neste caso, são impotentes. Poderão levar a um procedimento exteriormente correcto, mas não podem mudar o coração; são incapazes de purificar os mananciais da vida. Para conduzir os homens do estado de pecado ao de santidade é preciso um poder que opere interiormente, uma nova vida que proceda do alto. Esse poder é Cristo. Apenas a Sua graça é que pode vivificar as faculadades inertes da alma, e atraí-las para Deus, para a santidade. Disse o Salvador: «Aquele que não nascer de novo» – que não receber um coração novo e aspirações novas, que o conduzam a uma vida nova – «não pode ver o reino de Deus.» (João 3:3). A ideia de que basta desenvolver o bem, que por natureza existe no homem, é um erro fatal. «O homem natural não compreende as coisas do Espírito de Deus, porque elas se discernem espiritualmente.» «Não te maravilhes de te ter dito: Necessário vos é nascer de novo.» (I Coríntios 2:14; João 3:7) Acerca de Cristo a Escritura diz: «Nele estava a vida e a vida era a luz dos homens.» «E nenhum outro nome há, dado entre os homens, pelo qual devemos ser salvos.» (João 1:4; Actos 4:12).

Não basta entrever a bondade de Deus, a Sua benevolência, a Sua ternura paternal. Não basta reconhecer a sabedoria e justiça da Sua lei, e que ela se baseia sobre o eterno princípio do amor. O apóstolo Paulo tinha conhecimento de tudo isso quando exclamava: «Consinto com a lei, que é boa.» «A lei é santa, e o mandamento santo, justo e bom.» Acrescentava, porém, na amargura da sua íntima angústia e desespero: «Mas eu sou carnal, vendido sob o pecado.» (Romanos 7:16, 12, 14). Suspirava por uma santidade e por uma justiça que se sentia impotente para alcançar por si mesmo, e exclamava: «Miserável homem que eu sou, quem me livrará do corpo desta morte?» (Romanos 7:24). Tal é o brado que tem subido em todas as terras do pecado. Para todos só existe uma resposta: «Eis o Cordeiro de Deus, que tira o pecado do mundo.» (João 1:29).

Muitas são as imagens pelas quais o Espírito de Deus tem procurado ilustrar esta verdade, a fim de a tornar clara às almas que suspiram por se libertar do peso da culpa.

A uma delas – a da escada de Jacob – se referiu Cristo na Sua conversa com Nataniel, quando disse. «Vereis o céu aberto e os anjos de Deus subirem e descerem sobre o Filho do homem.» (João 1:51). Pela sua apostasia o homem separa-se de Deus; a Terra divorcia-se do Céu. Através do abismo que os separava não podia haver comunicação. Mas graças a Cristo a Terra foi de novo ligada com o Céu. Pelos Seus méritos, o Salvador lançou uma ponte sobre o abismo que o pecado cavara, de maneira que os anjos ministradores podem manter comunhão com o homem. Cristo restabeleceu as relações entre o homem caído, fraco e impotente, e a Fonte do poder infinito.

É em vão que os homens sonham com o progresso, é debalde que se esforçam pelo enobrecimento da humanidade, se deixam à margem a única fonte de esperança e de salvação que lhes é oferecida. «Toda a boa dádiva e todo o dom perfeito» (Tiago 1:17), vem de Deus. Não há, fora d’Ele, verdadeira excelência de carácter. A única senda que conduz a Deus é Cristo. Ele próprio disse: «Eu sou o caminho, e a verdade, e a vida. Ninguém vem ao Pai senão por mim.» (João 14:6).

O coração de Deus transborda para os Seus filhos terrestres um amor mais forte que a morte. Ao entregar o Seu Filho, nesse único dom derramou sobre nós todos o Céu. A vida, a morte e a mediação do Salvador, o ministério dos anjos, os apelos do Espírito, o Pai operando acima de todos e por meio de todos, o interesse incessante dos seres celestiais – tudo se empenha em favor da redenção do homem.

Oh! Contemplemos o maravilhoso sacrifício consumado por nós! Procuremos avaliar o esforço e energia que o Céu expede para reconduzir os extraviados ao lar paterno. Motivos mais fortes e agentes mais decisivos não poderiam jamais ser postos em acção; a recompensa reservada aos que fazem o bem, o gozo do Céu, a sociedade dos anjos, a comunhão e o amor de Deus e do Seu Filho, o enobrecimento e aperfeiçoamento de todas as nossas faculdades através dos séculos da eternidade – não são acaso incentivos suficientes para nos impelir a consagrar ao nosso Criador e Redentor o afectuoso serviço dos nossos corações?

Por outro lado, para nos advertir contra o serviço de Satanás, a Palavra de Deus apresenta-nos os juízos divinos denunciados contra o pecado e a retribuição inevitável: a degradação do carácter e a destruição final.

Não deveríamos inclinar-nos humildemente perante a misericórdia de Deus? Que mais poderia Ele fazer? Entremos, pois, em relação com Aquele que nos amou com amor maravilhoso. Aproveitemos a ocasião que nos é oferecida para ser transformados à imagem do Salvador e para ingressar na sociedade dos anjos, assim como no favor e na comunhão do Pai e do Filho.

quinta-feira, 23 de março de 2017

DOCUMENTO HISTÓRICO DA REVELAÇÃO DIVINA

Colecção “VERDADES ETERNAS”
A SAGRADA ESCRITURA
DOCUMENTO HISTÓRICO DA REVELAÇÃO DIVINA


Nos alvores da história humana, Deus comunicava-se com o homem face a face. Interveio, porém, o pecado, velando à nossa raça o semblante divino e cavando um abismo intransponível entre a humanidade e a Divindade.
Expulsos os nossos primeiros pais do Paraíso, nem por isso Jeová os excluiu do círculo da Sua amorosa misericórdia. Anjos visitavam frequentemente o triste casal exilado, confortando-os e revelando-lhes os pormenores de um vasto plano delineado nos concílios celestiais e cujo fim era a reabilitação do género humano. Lábios angélicos, pois, destilavam amorosamente na chaga viva dos corações, que nutriam a angústia da separação de Deus, o bálsamo de uma suavíssima história – a história da Redenção.
Nasceu Caim e com ele o primeiro homicida. Multiplicou-se o mal mais depressa que o bem. Mas não faltaram nunca as almas puras, os homens rectos. Poucos, por vezes, mas nunca inexistentes. Esses poucos incluíram Seth, Enoque, Noé, Abraão, Isaac, Jacob e outros que foram transplantando para as gerações sucessivas a maravilhosa história do Salvador por vir, o Mestre desejado. E, dada a grande longevidade dos patriarcas, especialmente os antediluvianos, não é de estranhar que a tradição se conservasse pura, porquanto era, por assim dizer, “controlada”, por várias gerações ao mesmo tempo. Assim é que ainda vivia Seth quando nasceu Lamech, pai de Noé e este era ainda vivo quando apareceu Tera, pai de Abraão. Da morte deste até ao nascimento de Moisés decorreram dois séculos e meio apenas – período abrangido por vários patriarcas, isto é, Isaac, Jacob, Levi, Cahat e Amram.
Com Moisés apareceu o primeiro escritor da Bíblia. Isolado nos desertos de Midian, a apascentar as ovelhas do seu sogro Jetro, o Senhor o inspirou a registar a génese do mundo. E surgiu assim o Génesis, esse epítome de história e pré-história, admirável pela sua concisão e clareza, sublime na simplicidade e despretensão do seu estilo.
Os manuscritos sagrados foram compilados aos poucos, através da antiga dispensação e do primeiro século da nova. A Escritura Sagrada não é o produto de um homem, ou de um concílio, ou decreto de autoridade humana. Acrescentou-se um livro a outro, até chegarmos ao fim dos tempos do Velho Testamento. Depois do cativeiro babilónico, todos os livros sobre os quais não havia dúvida e que eram geralmente aceites, foram coligidos e dispostos por Esdras, Neemias e os seus cooperadores. Esses livros constituíam as Sagradas Escrituras no tempo do nosso Senhor. São mencionados por Josefo e sempre aprovados por Jesus. O Novo Testamento foi-se acrescentando da mesma forma, livro a livro, epístola a epístola, por parte de homens cheios do Espírito Santo.


Que garantias temos?
Mas que garantias se nos oferecem de ser a Bíblia a autêntica Escritura Sagrada, o livro inspirado por Deus e destinado a ser a nossa regra de fé e conduta? Como veio até nós? Merecerá a confiança que o mundo cristão nele deposita? É firme a base sobre a qual repousa a estrutura do Cristianismo?
Partamos do facto da existência da Escritura, hoje, no nosso meio. Isso ninguém negará, pois ela é vista por toda a parte. Facto é também ela existir desde longa data. Com efeito, era já antiga quando se inventou a impressão com tipos móveis. Foi ela o primeiro livro que Gutenberg imprimiu num rústico prelo de madeira, accionado à mão.
O Velho Testamento foi originalmente escrito em hebraico, excepto alguns capítulos de Daniel (2:4 até ao fim do 7) e poucos versículos do livro de Esdras, os quais foram escritos em aramaico.
O Novo Testamento foi escrito originalmente em grego, excepto o livro de S. Mateus, que foi em aramaico, sendo depois traduzido para o grego. Já cedo se fizeram traduções da Escritura completa, sendo a mais cuidada a de Jerónimo, feita de 383-405 A.D.

Como foi inspirada?
Mas, afinal, perguntará o leitor, de que maneira se deu a inspiração divina da Bíblia?
Ora, é claro que Deus não ditou a Escritura aos homens como o professor faz um ditado aos alunos ou o comerciante ao dactilógrafo.
«Quando Deus inspirava homens a escrever, não desaparecia a personalidade do escritor, nem ele alterava o seu estilo. O Espírito de Deus dirigia infalivelmente a comunicação da verdade divina segundo o próprio vocabulário do escritor e de acordo com o seu estilo particular. Inspiração significa que o Espírito, mediante uma misteriosa “operação”, que está além da nossa compreensão, actuou de tal modo sobre os homens escolhidos, enquanto escreviam os livros da Escritura, que eram guiados sobrenaturalmente na comunicação da vontade de Deus. A sua personalidade individual, os seus traços intelectuais particulares e mesmo a forma de estilo da sua expressão literária, tinham toda a liberdade. O Espírito Santo serviu-Se deles, dirigindo e “guiando” o produto de tal forma que resultou a ‘palavra de Deus, viva, e que permanece para sempre.’»
João Wesley fulminava com o seguinte argumento os descrentes na inspiração da Escritura: «A Bíblia foi concebida por uma das seguintes entidades. 1. – Por homens bons ou anjos; 2. – Por homens maus ou demónios; 3. – Ou então por Deus.
«1. – Não pode ter sido concebida por homens bons nem por anjos, porque nem uns nem outros, poderiam escrever um livro em que estivessem mentindo em cada página escrita, quando lá puseram a seguinte frase: ‘Assim diz o Senhor’, sabendo perfeitamente que o Senhor nada dissera e tudo fora inventado por eles.»
«2. – Não pode ter sido concebida por homens maus ou por anjos maus, porque seriam incapazes de escrever um livro que ordena a prática de todos os grandes deveres, proíbe os pecados e condena ao castigo eterno.»
3. – Portanto, concluo que a Bíblia foi concebida por Deus e inspirada aos homens. 

A Bíblia, a Ciência e a Arqueologia
A Biblioteca do Louvre, em Paris, tem cinco quilómetros de prateleiras abarrotadas de compêndios que já brilharam nas cátedras, mas que se tornaram antiquados dentro de cinquenta anos! Em ponto reduzido, dá-se o mesmo em todas as bibliotecas, mesmo as modestas, dos nossos colégios e universidades. Tão vária é a ciência humana!
A Escritura Sagrada não se propõe ser um compêndio para o estudo das ciências. Tão-pouco ela faz do conhecimento científico a pedra de toque da sua origem divina. Com efeito, não se empenha em elaborar argumentos para demonstrar ou provar a sua autenticidade. Está, felizmente, muito além da necessidade de o fazer e é outro o seu papel. Entretanto, faz, incidentalmente muitas alusões a pontos de ciência, as quais os estudiosos do assunto tiveram de reconhecer como rigorosamente exactas. Factos que foram, por muito tempo, discutidos e controvertidos pela suposta ciência humana, até que, a pouco e pouco, sobre eles se fizesse luz, já lá estão na Bíblia, esclarecidos e na linguagem simples e despretensiosa que lhe é peculiar. Adaptada a todos os povos e a todas as épocas, jamais se torna ela um livro antiquado.
Um dos capítulos mais interessantes, no que que diz respeito a autenticar a Bíblia como a carta magna que Deus confiou ao homem, é sem dúvida o que nos oferecem as explorações arqueológicas. A pá e a picareta têm-nos trazido os mais incontestáveis testemunhos da veracidade das Escrituras. Fizeram ressurgir cidades inteiras, soterradas há milénios em cinzas e lavas ou areias. Nelas escavaram ladrilhos em que se lêem as mais curiosas inscrições de reis e potentados, as mais interessantes crónicas sobre acontecimentos cuja memória de contrário se teriam apagado na noite dos tempos e os mais importantes registos em apoio da verdade estrita da Bíblia. 

A Escritura Sagrada e as Profecias
O elemento profético é a principal pedra de toque da autenticidade das Escrituras Sagradas. É o elemento que prima pela ausência dos volumes sagrados das religiões não cristãs e pelo qual, pois, o Livro do cristão patenteia irrefutavelmente a sua incomparável superioridade sobre eles todos.
O próprio Jeová lança aos deuses falsos o seguinte repto:
«Apresentai a vossa demanda, diz o Senhor; trazei as vossas firmes razões, diz o Rei de Jacob. Tragam e anunciem-nos as coisas passadas, para que atentemos para elas, e saibamos o fim delas; ou fazei-nos ouvir as coisas futuras. Anunciai-nos as coias que ainda hão-de vir, para que saibamos que sois deuses: fazei bem, ou fazei mal, para que nos assombremos, e juntamente o vejamos.» (Isaías 41:21-23).
O mesmo Deus declara assim, residir na Sua presciência, isto é, a capacidade de prever, profetizar, a Sua prerrogativa divina. «Anunciar o fim desde o princípio» (Isaías 46:9-10) constitui, por assim dizer, as credenciais da Divindade. De onde se conclui que essa mesma qualidade é o que ergue acima de todas as cartilhas religiosas, da maneira mais sublime e sobrenatural, a Bíblia Sagrada. 

O poder moral da Bíblia
O Dr. João Paton acabava de traduzir e publicar o Novo Testamento numa das muitas e pitorescas línguas do continente africano – o aniwan – quando o aborda um velho chefe indígena, que o vinha observando e lhe pergunta:
– O livro fala?
– Sim, responde o missionário; ele agora fala na sua língua.
– Oh! Deixe que ele me fale! Quero ouvi-lo!
Paton pôs-se a ler um trecho, sendo, porém, logo interrompido pelo ouvinte, que lhe brada:
– Ele fala! Dê-me esse livro!
E, arrebatando-lho das mãos, pôs-se a mirá-lo curiosamente de todos os lados e a apertá-lo, comovido, ao coração, repetindo:
– Oh! Faça que me fale de novo!
Bendito o que, com a fé infantil desse velho africano, como ele, abre os ouvidos e a alma para que a Palavra Divina lhe fale! Bendito, sim, pois ela penetrar-lhe-á no íntimo e transformará todo o seu ser, porquanto a Escritura é, como tão bem o disse o maior dentre os apóstolos, «viva e eficaz e mais penetrante do espada alguma de dois gumes e penetra até à divisão da alma e do espírito e das juntas e medulas e é apta para discernir os pensamentos e intenções do coração.» (Hebreus 4:12).
A Bíblia é a palavra escrita de Deus. Como Sua palavra falada, que pela simples enunciação trouxe à vida os mundos, ela participa do poder ilimitado d’Aquele a quem poderia chamar a Palavra Encarnada – Jesus Cristo, o Verbo Criador, por quem «todas as coisas foram criadas» (João 1:1-3).
E, não está justamente no facto de ser a Escritura traduzida em tantas línguas selvagens, muitas vezes com risco de vida – o que não se dá com nenhuma obra profana – não está exactamente aí outro elemento que contribui para a sua defesa? E mais ainda, se nos lembrarmos que o Evangelho vai criar entre esses povos indígenas uma civilização – a civilização máxima, que é a cristã!
Fala da superioridade do nosso Livro sobre os escritos sagrados de todas as religiões, o contraste absoluto que se nota entre a civilização cristã e as pagãs.
Aportou certa vez a uma das ilhas do arquipélago de Fidji, no oceano Pacífico, um ateu cheio de ciência evolucionista. Ao encontrar-se com alguns nativos cristãos, começou a ridicularizar a Escritura Sagrada, jactando-se de ser incrédulo. Um humilde nativo retorquiu-lhe:
– Vê o senhor aquele velho forno? Ali era onde assávamos carne humana; se não fosse este evangelho e crêssemos nós ainda nisso que o senhor prega, seria muito provável que o senhor mesmo ali fosse parar. Bem vê que o cristianismo, que o senhor tenta desfazer, serve para alguma coisa.
Nada há como o cristianismo – o puro, inadulterado cristianismo bíblico – para enobrecer e desenvolver um povo. É que a religião de Cristo implanta em todos os corações uma santificada ambição, um desejo incontido de ampliar os horizontes e dilatar a esfera de utilidade. Um confronto entre nações pagãs e cristãs faz-nos saltar aos olhos a diferença que existe na cultura e progresso de umas e outras.

Beleza literária da Bíblia
Existe, no espírito de muitas pessoas, a ideia preconcebida de haver uma certa incompatibilidade entre a religião cristã e as letras.
Que incomparável riqueza literária, por exemplo, na filosofia dos Provérbios e Eclesiastes; na inigualável poesia dos Salmos (cujo original foi escrito em verso) e nas parábolas e ensinos de Cristo, como seja o Sermão da montanha; na concisão maravilhosa do Pai Nosso; na suavidade do estilo das epístolas do apóstolo João! Às parábolas de Cristo, alguém chamou, com muita razão, «a poesia do Novo Testamento.»
Um escritor reconhecidamente ateu, o senhor H. L. MensKen, exprime-se assim sobre a beleza literária da Sagrada Escritura:
«A Bíblia é, inquestionavelmente, o mais belo livro do mundo. Não há literatura, quer antiga quer moderna, que se compare a ela. … O Salmo 23 é o maior dos hinos. … A história de Jesus é incomparavelmente comovedora. É, na verdade, a narração mais encantadora já escrita. Ao seu lado, o melhor que encontrardes na literatura sagrada dos muçulmanos e brâmanes, dos persas e budistas, parece insípido, cediço e inútil.»

A pedra angular do edifício bíblico
O plano da redenção do homem é a grande inamovível pedra angular do edifício bíblico, que os séculos e milénios não conseguiram abalar.
A excelência desse bendito plano avulta, quando nos imaginamos pecadores, irremediavelmente perdidos, sem um Salvador. Que seria de nós? Um vale de trevas impenetráveis, uma noite angustiosa, sem uma estrela na amplidão do futuro, nem um corisco de esperança a iluminar o céu da nossa existência – eis em que se resumiria o nosso viver, o nosso vegetar.
O conhecimento desse plano é justamente o que se concede aos que têm a Escritura Sagrada como o seu guia no roteiro da vida.

(Feito na Ponte, 2-12-2016, Sexta-feira, 17H15)

quinta-feira, 9 de março de 2017

Menssagens escolhidas Vol. 2

A necessidade de claro discernimento Pag.15

Ao aproximar-nos do tempo em que os principados e potestades e hostes espirituais da maldade nos lugares celestiais serão levados à luta contra a verdade, quando o poder enganador de Satanás será tão grande que, se possível, enganaria até os escolhidos, cumpre-nos ter o discernimento aguçado pela iluminação divina, para que possamos conhecer o espírito que é de Deus, para não sermos ignorantes dos ardis de Satanás. O esforço humano precisa aliar-se ao poder divino, a fim de sermos capazes de realizar a obra finalizadora para este tempo. Cristo Se serve do vento como de um símbolo do Espírito de Deus. Como o vento assopra onde quer, e não podemos dizer de onde ele vem ou para onde vai, assim é com o Espírito de Deus. Não [16] sabemos por meio de quem Se manifestará. Não falo, porém, minhas próprias palavras quando digo que o Espírito de Deus porá de lado aqueles que tiveram seu tempo de prova e oportunidade, mas que não distinguiram a voz de Deus ou não apreciaram as operações do Seu Espírito. Então milhares da hora undécima verão e reconhecerão a verdade. “Eis que vêm dias, diz o Senhor, em que o que lavra alcançará ao que sega, e o que pisa as uvas ao que lança a semente.” Amós 9:13. Essas conversões à verdade operar-se-ão com uma rapidez surpreendente para a igreja, e unicamente o nome de Deus será glorificado. — Carta 43, 1890.
 Advertências contra ensinos sensacionais e religião emocional 21

Fanatismo a aparecer em nosso meio Pag.16


Aparecerá fanatismo em nosso próprio meio. Sobrevirão enganos, e de tal natureza, que se possível fora, desencaminhariam os próprios eleitos. Caso estivessem visíveis marcadas incoerências e declarações falsas nessas manifestações, as palavras dos lábios do grande Mestre não seriam necessárias. É por causa dos muitos e variados perigos que haviam de surgir, que é dada essa advertência. A razão por que ergo o sinal de perigo é que, mediante a iluminação do Espírito de Deus posso ver aquilo que meus irmãos não discernem. Talvez não me seja positiva necessidade indicar todos esses aspectos particulares do engano contra os quais eles se precisam guardar. É-me suficiente dizer-vos: Estai alerta; e como sentinelas fiéis guardai o rebanho de Deus de aceitar indiscriminadamente tudo quanto professa ser-lhes comunicado da parte do Senhor. Se trabalharmos para criar excitação do sentimento, teremos tudo quanto queremos, e mais do que possivelmente podemos saber como manejar. Calma e claramente “prega a palavra”. Importa não considerar nossa obra criar excitação. Unicamente o Espírito de Deus pode criar um entusiasmo são. Deixai que Deus opere, e ande o instrumento humano silenciosamente diante dEle, vigiando, esperando, orando, olhando a Jesus a todo momento, conduzido e controlado pelo precioso Espírito que é [17] luz e vida. — Carta 68, 1894. O fim está próximo. Os filhos da luz devem trabalhar com diligente e perseverante zelo para induzir outros a se prepararem para o grande acontecimento por vir, para que eles possam resistir ao inimigo por haverem dado lugar à operação do Espírito Santo no coração. Coisas novas e estranhas hão de surgir continuamente para levar o povo de Deus a falsa excitação, reavivamentos religiosos e curiosas manifestações. Conservem-se eles avançando, com os olhos fixos unicamente na Luz e Vida do mundo. Sabei que tudo quanto é chamado luz e verdade na Palavra de Deus é vida e verdade, uma emanação da sabedoria divina, não uma imitação das artes sutis de Satanás. A luz da sabedoria de Deus será para toda alma fiel, firme, contrita, como lâmpada para seus pés. — Carta 45, 1899. 22 Mensagens Escolhidas 2

Não seja o juízo dominado pelo sentimento Pag.17


Com muita coisa verdadeira há de mistura erro que é aceito em sua extremada significação, e pessoas de temperamento excitável agem baseadas naquilo. Assim o fanatismo tomará o lugar dos esforços bem regulados, bem disciplinados, ordenados pelo Céu para levar avante a obra a sua conclusão. ... Há risco de que não só mentes impulsivas sejam levadas ao fanatismo, mas de que pessoas astutas se aproveitem dessa excitação para promover seus próprios desígnios egoístas. ... Tenho uma advertência a dar a nossos irmãos, para que sigam seu Líder e não corram adiante de Cristo. Não haja obra de acaso nestes tempos. Acautelai-vos de fazer vigorosas declarações que levem mentes menos equilibradas a pensar que têm maravilhosa iluminação de Deus. Aquele que leva mensagem ao povo da parte de Deus precisa exercer perfeito domínio. Deve ter sempre em mente que a senda da presunção se acha bem ao lado do trilho da fé. ... Permita-se uma vez ao impulso e à emoção assumirem o domínio sobre o juízo calmo, e talvez haja em conjunto demasiada rapidez, mesmo em palmilhar um caminho reto. O que viaja rápido demais [18] verificará ser isso perigoso em mais de um sentido. Talvez não tarde a enveredar por um atalho que o afastará do caminho reto para vereda errada. Nem uma vez se deve permitir que o sentimento assuma o domí- nio do juízo. Há risco de excesso naquilo que é legal, e o que o não é conduzirá certamente a veredas falsas. Caso não haja obra cuidadosa, diligente, sensata, sólida como a rocha, no desenvolvimento de toda idéia e princípio, e em toda apresentação feita, almas serão arruinadas. — Carta 6a, 1894. *

Obediência ou emoção e entusiasmo Pag.18


Há perigo de aqueles que se acham em nossas fileiras cometerem um erro quanto ao recebimento do Espírito Santo. Muitos julgam ser uma emoção ou um arroubo dos sentimentos um sinal da presença do Espírito Santo. Há perigo de que sentimentos justos não sejam compreendidos, e que as palavras de Cristo: “Ensinando-as a guardar *Para mais amplo contexto, ver páginas 90-92. Advertências contra ensinos sensacionais e religião emocional 23 todas as coisas que Eu vos tenho mandado” (Mateus 28:20), percam sua significação. Há risco de que expedientes originais e imaginações supersticiosas tomem o lugar das Escrituras. Dizei a nosso povo: “Não sejais ansiosos de introduzir alguma coisa não revelada na Palavra. Conservai-vos achegados a Cristo.”... Lembremo-nos de que a Palavra que Cristo ordenou que pregássemos a todas as nações, tribos, línguas e povos é confirmada pelo Espírito Santo. Este é o plano divino de trabalho. Cristo é o forte poder que confirma a Palavra, levando homens e mulheres, mediante conversão à verdade, a uma fé compreensiva, tornando-os voluntá- rios para fazer tudo quanto Ele lhes tem ordenado. O instrumento humano, o instrumento visível, deve pregar a Palavra, e o Senhor Jesus, o invisível agente, por meio de Seu Espírito Santo, deve tornar a Palavra eficaz e poderosa. — Carta 105, 1900.

Um chamado a sermões à antiga Pag.18

Nova ordem de coisas entrou no ministério. Há desejo de moldarse segundo outras igrejas, e simplicidade e humildade são quase desconhecidas. Os ministros jovens procuram ser originais, e introduzir [19] idéias e planos novos para o trabalho. Alguns iniciam reuniões de reavivamento, trazendo assim muitos conversos para a igreja. Passada, porém, a excitação, onde estão os convertidos? Não se vêem arrependimento e confissões de pecados. O pecador é instado a crer em Cristo e aceitá-Lo, sem consideração quanto a sua vida passada de pecado e rebelião. O coração não é quebrantado. Não há contrição de alma. Os supostos conversos não caíram sobre a Rocha, Cristo Jesus. O Velho e o Novo Testamentos mostram-nos o único meio por que esta obra deve ser feita. Arrependei-vos, arrependei-vos, arrependei-vos, era a mensagem que João Batista fazia soar no deserto. A mensagem de Cristo ao povo, era: “Se vos não arrependerdes, todos de igual modo perecereis.” Lucas 13:5. E aos apóstolos foi ordenado pregar em toda parte que os homens se arrependessem. O Senhor deseja que Seus servos hoje preguem a velha doutrina evangélica — tristeza pelo pecado, arrependimento e confissão. Precisamos sermões à moda antiga, costumes à antiga, pais e mães em Israel à antiga. É preciso trabalhar pelo pecador perseverantemente, 24 Mensagens Escolhidas 2 zelosa e sabiamente, até que ele veja que é transgressor da lei de Deus, e exerça arrependimento para com Deus, e fé no Senhor Jesus Cristo. — Manuscrito 111.

Frio formalismo ou fanatismoPag.21

 Formalidade sabedoria mundana, mundana prudência, métodos mundanos, parecerão a muitos o próprio poder de Deus, mas quando aceitos, ficam como obstáculo impedindo a luz de Deus em advertências, reprovação e conselho de atingir o mundo. Ele [Satanás] está trabalhando com todo o seu poder insinuante, enganador, para desviar os homens da mensagem do terceiro anjo, que deve ser proclamada com forte poder. Se Satanás vê que Deus está abençoando Seu povo e preparando-os para discernir-lhe os enganos, trabalha com sua magistral capacidade para introduzir fanatismo de um lado e frio formalismo de outro, para que ele possa [20] ceifar uma colheita de almas. Agora é nosso tempo de vigiar incessantemente. Vigiai, barrai o caminho ao mínimo passo de avanço que Satanás possa fazer entre vós. Há perigo contra o qual estar acautelados à direita e à esquerda. Haverá pessoas inexperientes, recém-conversas, que necessitam ser fortalecidas, e terem diante de si um exemplo correto. Alguns não farão o uso devido da doutrina da justificação pela fé. Apresentá-la- ão de maneira unilateral. Outros lançarão mão de idéias que não foram devidamente apresentadas, e passam completamente sobre o limite, passando de todo por alto as obras. Ora, a fé genuína sempre opera por amor. Quando olhais ao Calvário não é para aquietar vossa alma na falta de cumprimento do dever, nem para vos acalmar para dormir, mas para criar fé em Jesus, fé que opere, purificando a alma do lodo do egoísmo. Quando lançamos mão de Cristo pela fé, nossa obra apenas começou. Todo homem tem hábitos corruptos e pecaminosos que precisam ser vencidos por combate vigoroso. Requer-se de toda alma que combata o combate da fé. Se alguém é seguidor de Cristo, não pode ser astuto no negócio, não pode ser duro de coração, falto de compaixão. Não pode ser vulgar na linguagem. Não pode ser cheio de arrogância Advertências contra ensinos sensacionais e religião emocional 25 e presunção. Não pode ser despótico, nem usar palavras ásperas, e censurar e condenar. O trabalho de amor brota da operação da fé. A religião bíblica significa constante trabalho. “Assim resplandeça a vossa luz diante dos homens, para que vejam as vossas boas obras e glorifiquem a vosso Pai, que está nos Céus.” Mateus 5:16. Operai vossa salvação com temor e tremor, pois é Deus que opera em vós tanto o querer como o efetuar segundo a Sua boa vontade. Devemos ser zelosos de boas obras, cuidadosos de manter boas obras. E a Testemunha fiel diz: “Eu sei as tuas obras.” Apocalipse 2:2. Se bem que seja verdade que nossas atarefadas atividades não nos asseguram, em si mesmas, a salvação, também é verdade que a fé que nos liga a Cristo estimulará a alma à atividade. Os que não têm tempo para dar atenção a sua própria alma, a se examinarem diariamente, se estão no amor de Deus, e colocarem-se no conduto [21] da luz, terão tempo para dar às sugestões de Satanás e à execução de seus planos. Satanás insinuar-se-á mediante pequenas cunhas, que se ampliam à medida que abrem caminho. As especiosas maquinações dele serão introduzidas na obra especial de Deus nestes dias.
 — Manuscrito 16, 1890.

Falsas idéias das bênçãos de Deus

Muitos andam interrogativos e perturbados. Isto é porque não têm fé em Deus. Para alguns, os serviços religiosos não significam mais que um tempo agradável. Quando seus sentimentos são despertados, pensam que estão grandemente abençoados. Alguns não acham que são abençoados a menos que sejam agitados e excitados. A intoxicação do excitamento é o objetivo que buscam; e, se o não obtêm, julgam tudo estar errado com eles, ou que algum outro o está. O povo não deve ser educado a pensar que a religião emocional, tocando as raias do fanatismo, é a única religião pura. Sob a influência de tal religião, espera-se que o ministro empregue toda a sua energia nervosa no pregar o evangelho. Precisa derramar com abundância a poderosa corrente d’água da vida. Precisa trazer goles estimulantes que sejam aceitáveis ao apetite humano. Alguns há que, a não ser que suas emoções enfraquecidas sejam estimuladas,Precisa trazer goles estimulantes que sejam aceitáveis ao apetite humano. Alguns há que, a não ser que suas emoções enfraquecidas sejam estimuladas, 26 Mensagens Escolhidas 2 pensam que podem estar descuidosos e desatentos. — Carta 89, 1902.