segunda-feira, 10 de outubro de 2022

Mensagens Escolhidas 1

 

Mensagens Escolhidas 1

Introdução

A apresentação de livros que levam o nome de Ellen G. White abaixo do título, se bem que apareçam décadas depois da morte da autora, demanda uma palavra de explicação. Ela trará ao leitor certeza de que Mensagens Escolhidas e outras obras do Espírito de Profecia que têm aparecido desde a morte da autora em 1915, são publicadas em harmonia com as deliberações expressas da vontade da Ellen. G. White. {Livro Mensagns Escolhidas vol.1 pag.9.1}

Ao tempo de sua morte, a mensageira do Senhor deixou como perdurável tesouro à igreja um conjunto de mais de 100 mil páginas de matéria, que consiste em seus livros correntes, 4.500 artigos em revistas denominacionais, dezenas e dezenas de folhetos, brochuras, livros esgotados, e seus manuscritos, diários e cartas. {ME1 9.2}

Constituía assunto de grande preocupação para Ellen. White durante seus últimos anos de vida, o uso futuro e sempre ampliado das mensagens proféticas a ela confiadas. A 9 de Fevereiro de 1912, em sua última vontade e testamento, ela tomou providências definidas para a continuação do cuidado com suas obras escritas. Foram por ela escolhidos cinco homens para servirem, enquanto vivessem, como membros de uma permanente Comissão de Depositários responsáveis pelo cuidado de seus escritos. {ME1 10.1}

Para esta importante tarefa, Ellen White escolheu dirigentes da denominação que tinham grandes responsabilidades na administração da igreja. As pessoas mencionadas por ela para servirem de depositárias, foram: Artur G. Daniells, então presidente da Associação Geral; Francis M. Wilcox, então redator da Review and Herald; C. H. Jones, por muitos anos gerente da Pacific Press; Clarence C. Crisler, um de seus secretários, que veio da Associação para seu serviço, e que, depois de sua morte, foi para o Extremo Oriente como secretário da Divisão; e Guilherme C. White, seu filho, que, depois da morte do Pastor Tiago White em 1881, viajara sempre com sua mãe e a ajudara na publicação de seus escritos, e em outras maneiras. {ME1 10.2}

As instruções da Ellen White a essa comissão providenciaram autorização para a publicação contínua de seus livros, para a distribuição sempre mais ampla desses volumes em outras línguas, e para “impressão de meus manuscritos”. {ME1 10.3}

Esperava ela que, à medida que a igreja crescesse e se deparasse com novas necessidades e entrasse em novas crises, houvesse maior demanda de compilações de seus escritos apresentando os vários ramos de instruções reunidas de seus manuscritos, livros e artigos de revistas. {ME1 10.4}

Desde a morte da Ellen White a biblioteca de livros de sua pena tem sido aumentada para incluir as seguintes obras publicadas nesta seqüência:
Fundamentos da Educação Cristã (1923)
Conselhos Sobre Saúde (1923)
Testemunhos Para Ministros e Obreiros Evangélicos (1923)
Serviço Cristão (1925)
Mensagens aos Jovens (1930)
Medicina e Salvação (1933)
Conselhos Sobre o Regime Alimentar (1938)
Conselhos Sobre a Escola Sabatina (1938)
Conselhos Sobre Mordomia (1940)
Evangelismo (1946)
Counsels to Writers and Editors (1946)
História da Redenção (1947)
Temperança (1949)
Beneficência Social (1952)
O Lar Adventista (1952)
Minha Consagração Hoje (1952) (Meditações Matinais)
O Colportor Evangelista (1953)
Orientação da Criança (1954)
Filhos e Filhas de Deus (1955) (Meditações Matinais) {ME1 10.5}

Em acréscimo a esses livros foi reunido a cada um dos sete volumes de The Seventh-day Adventist Bible Commentary um suplemento de matéria de Ellen G. White. {ME1 11.1}

Mensagens Escolhidas é um tipo único de compilação, visto procurar reunir e por permanentemente à disposição, não somente valiosos artigos de revistas e declarações de manuscritos, mas também certos inapreciáveis panfletos e folhetos antigos atualmente esgotados. Incluídos nos conselhos aqui apresentados encontram-se suas declarações sobre a inspiração escritas de meados a fins de 1880, suas observações quanto às “duas leis”, escritas cerca da passagem do século, o panfleto “Devem os Cristãos Ser Membros de Sociedades Secretas?” publicado em 1893, mensagens de conforto aos aflitos ou aos que se acham em face da morte e um bom grupo de artigos de revistas tratando extensamente de pontos centrais de doutrina. Certos assuntos dentre esses foram trazidos à atenção da igreja mediante reedições dos artigos da Ellen White em nossas revistas e folhetos, e em alguns casos por meio de citações em livros de outros autores tratando do Espírito de Profecia, mas essas fontes não podem ser incluídas no índice dos Escritos de Ellen G. White. {ME1 11.2}

Mensagens Escolhidas, vols. 1 e 2, incluem itens já publicados em Notebook Leaflets, conhecidos anteriormente como Folhetos de Elmshaven. Esses folhetos-miscelânea tratando de muitos assuntos têm sido altamente apreciados. Não poucos dos documentos dos quais eles haviam sido tirados, entretanto, foram no decorrer dos anos subseqüentes incorporados em livros como o Medicina e Salvação, e O Lar Adventista, e em outros casos aparecem nesses livros mais recentemente publicados, declarações idênticas. As porções que ainda têm lugar destacado no apresentar conselhos e instruções, foram incluídas em Mensagens Escolhidas. Daí não ser mais necessário editar os Notebook Leaflets. A publicação destes volumes torna possível também a apresentação de pequenos grupos de matéria escolhida não publicada anteriormente, mas que será grandemente apreciada. {ME1 11.3}

As várias seções nesses volumes não são absolutamente relacionadas. Encontrar-se-á no início de cada, seção uma declaração introdutória, dando o fundo dos itens que aí aparecem. Aqui e ali, através do texto, acham-se notas explanatórias. Estas não são inseridas para fins de interpretação dos conselhos, mas para chamar a atenção às circunstâncias e situações especiais que podem ter tido uma relação com os pontos apresentados. {ME1 11.4}

Esta obra, Mensagens Escolhidas, foi compilada nos escritórios das Publicações de Ellen G. White, sob a coordenação da Comissão de Depositários das Publicações de Ellen G. White, e por seu corpo de obreiros. Declarações introdutórias são assinadas por esta comissão, e notas explanatórias, aprovadas pelos depositários, são assinadas pelos “Compiladores”. {ME1 11.5}

Livro Mensagens Escolhidas é incluído no novo Índice dos Escritos de Ellen G. White [em inglês]. Que esses volumes publicados tantos anos depois da morte da Ellen White tragam à igreja em forma permanente instruções que sejam úteis no cumprimento de nossa tarefa designada por Deus, eis a sincera oração e o desejo dos Editores e da Comissão de Depositários do Patrimônio Literário White. {livro Mensagens Escolhidas vol.1 pag.11.6}

terça-feira, 20 de setembro de 2022

 

DANIEL 3: A DESFORRA

Os hebreus ficaram em silêncio. São os outros que falam deles. E por essa razão o testemunho torna-se mais poderoso.
A calúnia dos caldeus contra os hebreus transforma-se agora em elogio da parte do rei. A ordem (teem) do rei de adorar a estátua – “Agora, pois, se estais prontos, quando ouvirdes o som da trombeta, da flauta, da harpa, da cítara, do saltério, da gaita de foles, e de toda a sorte de música, para vos prostrardes e adorardes a estátua que fiz, bom é; mas, se não a adorardes, sereis lançados, na mesma hora, dentro duma fornalha de fogo ardente; e quem é esse deus que vos poderá livrar das minhas mãos?” (Daniel 3:15) – responde com uma outra ordem (teem) a de não caluniar o Deus dos hebreus (v. 29).
Uma vez mais o rei não ousou dirigir-se directamente a Deus. Face a face com Deus, ele age e fala como se nada se tivesse passado. Ele tinha visto quatro homens e a sua atenção foi de forma particular centrada no quarto (v. 25). No entanto dirige-se a três (v. 26), e o quarto é ignorado. É verdade que ele começa com uma fórmula que pronuncia a tradicional oração: “Falou Nabucodonozor, e disse: Bendito seja o Deus de Sadraque, Mesaque e Abednego, o qual enviou o seu anjo e livrou os seus servos, que confiaram nele e frustraram a ordem do rei, escolhendo antes entregar os seus corpos, do que servir ou adorar a deus algum, senão o seu Deus.” Daniel 3:28. “Bendito seja o Deus...” mas na realidade ele mantém-se distante e numa postura objectiva.
A sua teologia está certa. Nabucodonosor define este Deus como o Deus que salva e como o Deus único. Mas para ele, este Deus só age a favor dos hebreus. Este Deus não é o seu. Não é Deus no sentido absoluto do termo. As palavras de Nabucodonosor são bem claras: “Deus de Sadraque, Mesaque e Abedenego” o que “livrou os seus servos” porque eles “confiram n´Ele” e colocaram as suas vidas em risco “do que servir ou adorar a deus algum” (v.28). Para Nabucodonosor a religião de Israel permanece um fenómeno que se relaciona com um Deus e uma tribo. A atitude dos hebreus é interpretada como um acto heróico e de grande coragem de um povo fiel aos seus próprios valores mais do que um acto de fé e confiança no Deus universal, o único Deus.
Nabucodonosor não deixa de se reconhecer que este Deus é eficaz, e mesmo mais eficaz que os outros deuses: “Por mim, pois, é feito um decreto, que todo o povo, nação e língua que proferir blasfémia contra o Deus de Sadraque, Mesaque e Abednego, seja despedaçado, e as suas casas sejam feitas um monturo; porquanto não há outro deus que possa livrar desta maneira.” Daniel 3:29. No entanto, ele não se compromete. Não se trata de conversão ou de mudar de religião. Pode-se por instantes ficar impressionado e até comovido face ao prodígio e à força do argumento; pode reconhecer-se que ali houve a manifestação de um poder superior e até único, algo nunca visto, no entanto, refugiar-se atrás do argumento: “a cada um a sua religião”. A razão desta inconsequência é simples. A religião é aqui relegada para uma dimensão social com os seus valores e as suas tradições. Neste caso, cada um fica no que crê, sem correr o risco de cortar com as raízes herdadas e do confronto.
É preciso coragem para se tirar lições da verdade e aplicá-las ao concreto da existência. Todos sabemos que certo hábito de pensar ou de agir, de comer ou beber pode ser ruinoso para a saúde. Mas no entanto não se muda. O ser humano é mesmo assim. É muito mais fácil de continuar no erro, mesmo consciente que se está mal, que romper para se ser coerente e escolher um rumo segundo a verdade. E quanto mais se está integrado na sociedade, mais difícil se torna tomar uma iniciativa que nos leve a romper e assumir princípios que vão contra a corrente das coisas. Para os reis, para todos os que têm êxito, todos aqueles que estão instalados no sistema e adquiriram um estatuto de respeito, tal rompimento com a sociedade nem sequer é a considerar.
Mas mesmo assim, o rei promulgará um decreto que legalizará a religião hebraica. A partir de agora, o que ousar caluniar este Deus está sob pena de morte. A situação inverteu-se. Ao mesmo publico do início da história são dirigidas as palavras: “Por mim, pois, é feito um decreto, que todo o povo, nação e língua que proferir blasfémia contra o Deus de...”(v.29). Antes, este apelo universal obrigava a adoração de uma estátua; presentemente, exige respeito à religião dos outros (hebreus).
Não é que Nabucodonosor tenha de repente compreendido o valor da tolerância. O seu novo decreto não é inspirado pelo cuidado de fazer respeitar todas as religiões. O que está unicamente em causa é a religião dos hebreus. Como ficarão as outras? Dadas todas as conquistas de Nabucodonosor, as religiões mais variadas coabitavam em Babilónia. “Todos os povos” estão aqui representados. Claro está, a religião de Israel é a única que é distinta pela sua resistência, e a este título ela merece uma menção muito especial. Mas o estatuto privilegiado que o rei confere à religião dos hebreus demonstra que ele reconhece de facto que esta religião é superiora às outras. Nisto está a razão principal da sua reviravolta. A promulgação do decreto não se deve ao seu desejo de ser tolerante mas à descoberta da religião que provoca reviravolta, a religião que incomoda. A prova disso é que ele acompanha esta ordem de uma ameaça de destruição. Na realidade, este zelo “missionário” que se transforma num dedo ameaçador e faz apelo ao “fogo do céu” (Lucas 9:54) esconde a sua fuga diante das responsabilidades face ao verdadeiro Deus.
Seria falso considerar a violência religiosa como a expressão de uma profunda convicção. A morte e a guerra, a tortura da inquisição, bem como todas as medidas de repressão em nome da religião não são sinais de fé, mas bem pelo contrário, são sintomas de covardia espiritual e de angústia. Em compensação desta necessidade ou vazio de Deus que ele sentia, o “falhado” da religião faz-se Deus a ele próprio e mata. Depois do crime de Caim, o primeiro crime causado pela intolerância religiosa, a história dá conta da forma dramática da intolerância e é um aviso. Caim matou Abel não porque ele estivesse convencido da sua própria verdade e porque Abel estivesse no erro, mas antes, por causo do fracasso religioso, por não ter respondido ao apelo de Deus.

quarta-feira, 14 de setembro de 2022

 

PROFETAS SONHOS E VISÕES

É a mensagem do profeta. Também dom espiritual – capacitação sobrenatural para edificação da família de Deus. Quem tinha esse dom anunciava verdades novas ao povo de Deus ou o desafiava com verdades escriturísticas (1Co 14.1-5)
O vocábulo profecia aparece 30 vezes na bíblia de 2Crônicas à Apocalipse.
Profeta
É porta-voz de Deus, que recebe uma mensagem da parte de Deus e proclama a um grupo específico de ouvintes. O vocábulo profeta aparece 469 vezes na bíblia de Génesis à Apocalipse. Deus fala com seus servos, os profetas (Amós 3:7), através de sonhos e visões.

Visões
Aos profetas Deus falou ‘de vários modos’, revelando o maior número de vezes a Sua verdade, pela realização daquele estado sobrenatural das faculdades sensitivas, intelectuais e morais, a que as Escrituras chamam visão. É nesse estado que coisas longínquas, quanto ao tempo e ao lugar, ou meras representações simbólicas dessas coisas, se tornaram para a alma do Profeta vivas realidades, e, como tais, ele as descreve. Por esta razão as predições proféticas se chamam muitas vezes ‘visões’, isto é, coisas vistas, dando-se aos profetas o nome de ‘videntes’ (2 Cr 26.5 – is 1.1 – ob 1 – Hc 2.2,3 – etc.). Quanto às visões do N.T., *veja Mt 3.16 – 17.1 a 9 – At 2.2,3 – 7.55,56 – 9.3,10,12 – 10.3,19 – 16.9 – 18.9 – 22.17,18 – 23.11 – 2 Co 12.1 a 4.

Falsos Profetas
Quanto aos falsos profetas, Jesus disse em Mateus 7:15-20:
Acautelai-vos dos falsos profetas, que se vos apresentam disfarçados em ovelhas, mas por dentro são lobos roubadores. Pelos seus frutos os conhecereis. Colhem-se, porventura, uvas dos espinheiros ou figos dos abrolhos? Assim, toda árvore boa produz bons frutos, porém a árvore má produz frutos maus. Não pode a árvore boa produzir frutos maus, nem a árvore má produzir frutos bons. Toda árvore que não produz bom fruto é cortada e lançada ao fogo. Assim, pois, pelos seus frutos os conhecereis.

Observe a conduta de quem se diz profeta de acordo com as obras da carne mencionadas em Gálatas 5:19-21:
Ora, as obras da carne são conhecidas e são: prostituição, impureza, lascívia, idolatria, feitiçarias, inimizades, porfias, ciúmes, iras, discórdias, dissensões, facções, invejas, bebedices, glutonarias e coisas semelhantes a estas, a respeito das quais eu vos declaro, como já, outrora, vos preveni, que não herdarão o reino de Deus os que tais coisas praticam.

Nem sempre Deus deu sonhos proféticos aos profetas. Outras pessoas que não tinha nenhuma ligação com profecias sonharam com o futuro, e precisaram que um servo de Deus para interpretar seus sonhos. Os mais conhecidos são: Faraó do Egito, nos dias de José, filho de Jacó e Nabucodonosor, com o sonho da estátua que não somente foi interpretado como foi também revelado por Daniel.

Profecias bíblica – mensagens de Deus
■A profecia não foi originada pelo homem mas enviada por Deus. A Bíblia diz em 2 Pedro 1:21: “Porque a profecia nunca foi produzida por vontade dos homens, mas os homens da parte de Deus falaram movidos pelo Espírito Santo.”
■A profecia diz-nos exatamente o que vai acontecer no futuro. A Bíblia diz em Isaías 42:9: “Eis que as primeiras coisas já se realizaram, e novas coisas eu vos anuncio; antes que venham à luz, vo-las faço ouvir.”
■Deus revelou os Seus planos aos profetas. A Bíblia diz em Amós 3:7: “Certamente o Senhor Deus não fará coisa alguma, sem ter revelado o seu segredo aos seus servos, os profetas.”



A PALAVRA DE DEUS É UM FAROL NO MEIO DA ESCURIDÃO
O resultado da rebelião contra Deus se voltando para os maus espíritos é um estado de escuridão, tal como descrito em Isaías capítulo 8:

“E passarão pela terra duramente oprimidos e famintos; e será que, tendo fome, e enfurecendo-se, então amaldiçoarão ao seu rei e ao seu Deus, olhando para cima. E, olhando para a terra, eis que haverá angústia e escuridão, e sombras de ansiedade, e serão empurrados para as trevas” (Isaías 8:21-22).
Quando o povo dos dias de Isaías se afastou de Deus, eles procuraram o conselho de ídolos e forças demoníacas para orientá-los. Os pareceres desses seres estavam mais em harmonia com o que seus corações pecadores queriam ouvir. Mas essas forças estão elas mesmas acorrentadas na escuridão por causa de sua rebelião contra o Senhor:

“Porque se Deus não poupou a anjos quando pecaram, mas lançou-os no inferno, e os entregou aos abismos da escuridão, reservando-os para o juízo” (2 Pedro 2:4).
Pedro está usando uma linguagem simbólica; Os anjos caídos estão acorrentados por sua rebelião, eles não podem mais se arrepender, nem têm qualquer desejo de fazê-lo. Eles não estão, literalmente, acorrentados, mas estão em escuridão espiritual, aguardando o julgamento final. Se Deus lhes desse um milhão de anos eles não iriam mudar. Portanto, aqueles que os consultam também acabarão em rebelião contra Deus e em estado de escuridão.

sexta-feira, 18 de fevereiro de 2022

O MOVIMENTO DA IGREJA EMERGENTE

Há dez anos (em 2012) foi publicado nos EUA um livro, escrito por Rick Howard, um pastor ASD norte-americano (falecido a 3 de novembro de 2015), com um título e sobretudo um conteúdo muito significativos: "The Omega Rebellion - What Every Adventist Needs to Know... Now / A Rebelião Ómega - O Que Cada Adventista Precisa de Saber... Agora" (https://remnantpublications.com/the-omega-rebellion.html). 

Este foi um livro cuja leitura me foi difícil, porque penosa, pois, claramente, ao ler este livro, senti que as forças do mal tudo fizeram para me desencorajar a leitura. Mas não desisti, embora tivesse necessitado de um ano e meio para concluir a leitura, ou melhor, o estudo do mesmo - desde 19 de fevereiro de 2013 (data em que recebi o livro, em minha casa) a 28 de agosto de 2014 (data em que terminei a sua leitura), tempo esse de leitura que foi sobretudo concentrado no meu tempo de férias, nos verões de 2013 e de 2014. Este tema, na altura, estava em plena "efervescência", não apenas nos meios ASD, mas igualmente, e diria mesmo, sobretudo nos meios evangélicos norte-americanos.

A 23 de outubro de 2013, ou seja, durante esse período em que estava a ler o livro supracitado, o corpo docente da Escola de Religião da Southern Adventist University / Universidade Adventista do Sul, nos EUA, emitiu publicamente, no website dessa mesma Universidade (https://www.southern.edu/.../religion/facultystatement.html), um comunicado ou uma declaração, procurando (cito) "encorajar o reavivamento e a reforma espirituais e partilhar esta afirmação de uma autêntica crença bíblica como é expressa nas 28 Crenças Fundamentais da Igreja Adventista do Sétimo Dia" (fim de citação). A razão invocada para a necessidade dessa declaração foi claramente apresentada como uma (cito novamente) "resposta ao crescente impacto da IE [Igreja Emergente] nas igrejas, faculdades e universidades adventistas do sétimo dia" (fim de citação). Por outras palavras, "o corpo docente" da Escola de Religião dessa Universidade Adventista localizada em Collegedale, no estado do Tennessee, sentiu a necessidade de emitir essa declaração, pois CONSTATAVA que estava a haver um (palavras deles!) "crescente impacto da IE [Igreja Emergente] nas igrejas, faculdades e universidades adventistas do sétimo dia".

Sim, que esse movimento estava a ter um "crescente impacto" nas "universidades adventistas do sétimo dia", disso eu próprio já tinha tomado conhecimento, em abril de 2012, quando estive alojado por uma semana no Campus Adventiste du Salève / Campus Adventista do Salève (CAS) (https://www.campusadventiste.edu/) durante o tempo em que dirigi uma semana especial na Igreja Lusófona de Genebra (na Suíça), a cerca de 10 km do referido campus. Nessa altura, e sobretudo durante o tempo da refeição do almoço no refeitório dessa Instituição Adventista de ensino, tive contacto com um grupo de alunos portugueses de teologia, que me descreveram algumas coisas praticadas e ensinadas na Faculdade Adventista de Teologia que me deixaram, literalmente... estarrecido! Se tivesse sido apenas um aluno a contar-me o que me foi contado, confesso-vos que eu não teria acreditado no que estava a ouvir, mas não era um aluno, eram seis, e todos afirmavam... O MESMO!

Duas coisas que ouvi, e que me marcaram:

1ª) logo no primeiro ano de teologia, os alunos eram obrigados a irem, durante um fim de semana, a um retiro num convento católico-romano em França ou na Itália. Objetivo pretendido: levar os alunos de teologia a terem contacto com outras espiritualidades!!! Um aluno recusou-se a ir a esse retiro e o professor deu-lhe nota zero!


2ª) os alunos de teologia não podiam citar Ellen White nos seus vários trabalhos de pesquisa. Um outro aluno desobedeceu a essa ordem, citou Ellen White num trabalho que fez, e a professora riscou a vermelho todas as citações de Ellen White que ele tinha colocado no seu trabalho de pesquisa. Razão invocada: Ellen White não foi uma teóloga, logo não deve ser usada numa Faculdade de Teologia!!! Eu, pessoalmente, confio muito mais num profeta/profetisa do SENHOR do que em dezenas ou mesmo centenas de teólogos!

Eu próprio fiz o meu curso de teologia nessa Instituição (CAS), no início dos anos 90 (do século passado e até do milénio passado! LOL). É verdade que, na altura do meu curso, eu pude perceber que algumas coisas que aí eram ensinadas não eram muito ortodoxas - sobretudo por introduzirem conceitos da psicologia na teologia! Eu estava bem familiarizado com os conceitos da psicologia, visto ter frequentado um curso de psicologia, na Universidade de Lisboa, durante quatro anos letivos (de 1986 a 1990), isto antes de ter ingressado no curso de teologia, em França, a 6 de setembro de 1990. Mas agora, cerca de 20 anos depois, a FAT (Faculdade Adventista de Teologia) estava a atingir níveis muitíssimo baixos de uma clara e descarada apostasia espiritual!!!

No início do ano letivo de 1993/94, um novo professor de teologia chegou à FAT, acabado de se formar na Universidade (Adventista) de Andrews com um doutoramento em teologia. Tive logo esse novo professor nesse ano letivo, em duas disciplinas do meu 4º e último ano de teologia - uma disciplina denominada "Administração da Igreja" (em que o Manual de Igreja foi "dissecado" ponto por ponto) e numa outra disciplina denominada (aqui já não estou muito certo do nome da mesma, mas penso que era) "Crescimento da Igreja". Tudo correu bem na primeira disciplina mencionada, mas, na segunda, o professor trazia para as aulas muitas fotocópias de artigos publicados nos EUA de Igrejas que eram conhecidas como mega-igrejas e giga-igrejas. 

Confesso que, na altura, tudo aquilo era novo, para mim! Mas, a determinada altura, não me contive mais e, no final de uma aula, fui falar com o professor, e perguntei-lhe se poderia ter um tempo para falar com ele em privado. Ele anuiu e no dia e hora marcados, o professor recebeu-me no seu gabinete da FAT. Disse-lhe logo, no início do nosso diálogo, que não iria estar com rodeios e que iria direto ao assunto. Ele concordou e eu disse-lhe aquilo que me ia no coração: "Professor, por que razão há necessidade de aprendermos métodos de crescimento da Igreja em igrejas apóstatas, se temos tudo o que precisamos saber na Bíblia e no Espírito de Profecia?" Depois de ter dito isto, confesso que me passou, "em relâmpago", o seguinte pensamento pela mente: "pronto, já estou chumbado nesta disciplina! Mas seja o que Deus quiser!" Para meu espanto, o professor teve uma atitude muito gentil para comigo, e deu-me uma série de "justificações" para o seu procedimento académico. 

Bom, verdade seja dita, nenhuma dessas "justificações" me convenceu, mas, pelo menos, fiquei satisfeito com a atitude dele para comigo. Nas aulas seguintes, NADA MUDOU, mas senti que o professor me olhava agora com algum respeito e quando eu pedia para intervir, ele permitia-me logo que eu falasse (agora penso que, como ele ficou consciente de que não tinha conquistado a minha mente/razão, pelo menos estava a tentar conquistar o meu coração/sentimento).

Só uns tempos mais tarde, ao ler um outro livro, nos anos de 2005/6 ("Hidden Heresy - Is spiritualism invading Adventist churches today? / Heresia Oculta - Está o espiritualismo invadindo as igrejas adventistas hoje?") (https://adventistbookcenter.com/hidden-heresy-timeless...), escrito por um pastor ASD norte-americano, que eu tinha conhecido pessoalmente em Collonges e que era, na altura em que escreveu e publicou este livro, presidente da União do Pacífico (da Divisão Norte-Americana), É QUE EU PERCEBI, pela primeira vez, que, afinal de contas, a minha perceção naquelas aulas de "Crescimento da Igreja" estava... corretíssima, porque, segundo o que o Pr. Thomas Mostert (autor deste livro) demonstrava neste seu livro, o espiritualismo estava mesmo a entrar nas igrejas adventistas, através das... mega-igrejas e das giga-igrejas!!! Eu agradeci a Deus pelo discernimento que Ele me tinha dado na década anterior, pois eu sabia que alguma coisa não estava bem no ensino daquele professor e, por conseguinte, rejeitei em absoluto o que ouvi dele nessas aulas (a ponto de nem sequer me lembrar do conteúdo específico das aulas - ainda bem por isso!). A única coisa que me lembro bem - até hoje - é que o professor defendia o seu procedimento, dizendo que podíamos abstrair-nos do facto de serem diferentes as crenças doutrinárias entre essas igrejas e a nossa, e aprendermos muito com os métodos empregues por essas igrejas, métodos esses que estavam a conduzir essas mega e giga-igrejas a um crescimento explosivo!!!

Na altura em que estava a estudar o movimento da Igreja Emergente (como disse, em 2013/4) um Irmão tornou-me conhecido este website: https://digitalcommons.andrews.edu/dmin/239/ Eu nem queria acreditar no que estava a ver!!! Aí estava a "prova dos nove"! Numa página web da Universidade de Andrews estava, "preto no branco", o conteúdo da tese de doutoramento desse meu professor de teologia que tive, como disse, no ano letivo de 1993/4. O título da sua tese de doutoramento: "A Design for Spiritual Formation During the Academic Life of the Adventist Seminary Students at Collonges-sous-Saleve, France / Um Projeto para a Formação Espiritual Durante a Vida Académica dos Estudantes do Seminário Adventista em Collonges-sous-Saleve, França". E, mais especificamente, é dito nessa página web isto:
"Problema. Este relatório de projeto aborda o problema da falta de prática de uma formação espiritual para os alunos do seminário de Collonges-sous-Saleve, França.
Método. O relatório do projeto é desenvolvido em quatro etapas: Em primeiro lugar, investiga como a espiritualidade foi abordada no meio católico-romano e protestante. Em segundo lugar, explora o pano de fundo da espiritualidade adventista do sétimo dia. Terceiro, concentra-se nas Epístolas Pastorais no que diz respeito às preocupações espirituais de Paulo para os líderes da igreja. Quarto, reconhece outras necessidades dos seminaristas que devem ser consideradas à luz da espiritualidade.

Resultados.
Este relato confirma, após reflexão, que a espiritualidade é essencial para a formação profissional dos ministros. Portanto, exige que uma estratégia espiritual cristã se torne uma prioridade na prática da espiritualidade no seminário, e particularmente no Seminário Adventista do Sétimo Dia de Collonges-sous-Saleve, França, para o qual este programa foi projetado.

Conclusões.
A conclusão é que faz parte da responsabilidade do seminário estar atento ao desenvolvimento da vida espiritual dos estudantes de teologia e oferecer uma formação espiritual adequada para permitir uma sensibilização e crescimento nessa área."
Talvez alguns de vós estareis, agora, a perguntarem-se: e... o que é que este doutoramento tem de especial? Pois bem, aqui vai a resposta: o que tem de especial é que essa tese de doutoramento foi a apresentação de um plano ou de uma estratégia para se implementar no Seminário Adventista de Collonges-sous-Saleve, França, a... FORMAÇÃO ESPIRITUAL, a componente essencial do movimento da Igreja Emergente (IE), que é a espiritualidade praticada e ensinada pelos discípulos de Inácio de Loyola, o fundador da "Companhia de Jesus" (vulgarmente conhecidos por "jesuítas")!!! Já perceberam, agora, como "o círculo se fechou"? Conseguem agora perceber como, em 2013, "o corpo docente" da Escola de Religião da Universidade Adventista do Sul sentiu a necessidade de emitir uma declaração, por CONSTATAR que estava a haver um "crescente impacto da IE [Igreja Emergente] nas igrejas, faculdades e universidades adventistas do sétimo dia"?

E eu que pensava, em 2012, que este fenómeno da IE era apenas em Collonges! "Santa" ingenuidade a minha! Era não só em Collonges, mas sim "nas igrejas, faculdades e universidades adventistas do sétimo dia" ao redor do mundo! E esta é a REALIDADE, amigos!

Querem-me convencer, como já o tentaram fazer inúmeras vezes, que eu estou a exagerar! Não estou, nem nunca estive! Antes estivesse - era o que eu mais desejava! Mas... os FACTOS estão à vista de todos! E são públicos, pelo que não me podem acusar de estar a revelar segredos! Em segredo estive eu estes anos todos! Chegou a hora de apresentar os - repito! - FACTOS! Porque, quando me tentam fazer calar, quando tentam denegrir a minha imagem e o meu ministério, ao qual o SENHOR desta Obra me chamou, pela Sua enorme Graça e Misericórdia, sinto que chegou a hora de eu... "contra-atacar"... em legítima defesa pessoal! Quiseram fazer guerra comigo! Eu tentei ficar passivo! Mas chegou a hora de eu entrar, também, na guerra! E aqui estou, determinado não tanto a defender a minha honra pessoal, mas sobretudo a honra desta Igreja a qual amo - porque é a detentora da Verdade Presente para este tempo e época! - e da qual me querem fazer sair, como seu ministro ordenado! Não irei ceder, pois ESTOU FARTO de ver tanta injustiça e tanta hipocrisia entre aqueles mesmos que deveriam ser os que as deveriam combater, em primeiro lugar!

Quero terminar, com duas citações do primeiro livro a que fiz referência neste meu post (a primeira delas é do EP, e a segunda é um tipo de resumo geral de todo o livro):

1ª) "Se Deus tem alguma nova luz a comunicar, Ele permitirá que os Seus escolhidos e amados a compreendam, sem que precisem ter a mente iluminada por ouvir os que estão em trevas e erro. Foi-me mostrada a necessidade dos que creem estarmos tendo a última mensagem de misericórdia, de se SEPARAREM dos que estão diariamente a absorver novos erros. Vi que nem jovens e nem velhos devem assistir às suas reuniões; pois é errado assim encorajá-los enquanto ensinam o erro que é veneno mortal para a alma e doutrinas que são mandamentos de homens. A influência de tais reuniões não é boa. Se Deus nos libertou de tais trevas e erros, devemos ficar firmes na liberdade com que Ele nos tornou livres e regozijar na verdade. Deus desagrada-Se de nós quando assistimos ao erro sem a isso sermos obrigados; pois a menos que Ele nos envie a essas reuniões onde o erro é inculcado ao povo pelo poder da vontade, Ele não nos guardará. Os anjos cessam o seu vigilante cuidado sobre nós, e somos deixados aos açoites do inimigo, deixados a ser entenebrecidos e debilitados por ele e pelo poder dos seus anjos maus; e a luz ao nosso redor fica contaminada com as trevas." (Ellen White, Primeiros Escritos, pág. 124; minha ênfase em maiúsculas)
À luz desta citação inspirada, o que acham, então, que acontece com todos aqueles que, consciente e voluntariamente, se dispõem a ir estudar teologia em universidades de "Babilónia" (protestantes e mesmo católico-romanas)? Estão esses ministros preparados para serem líderes da Igreja Remanescente do SENHOR?!? Foram eles aprender nessas universidades os melhores métodos de apresentarem as três mensagens angélicas ao mundo - sendo que a segunda mensagem angélica anuncia a queda de "Babilónia"?!?

2ª) "Satanás enganou astutamente alguns adventistas do sétimo dia a pensar que podem dialogar ou estudar os ensinamentos de outras denominações ou organizações protestantes para obter teologia esclarecida ou melhores métodos de evangelismo. Infelizmente, alguns adventistas do sétimo dia têm feito isso num nível PROIBIDO no Espírito de Profecia. Embora não haja nada de errado em manter abertas as portas de comunicação com outros corpos religiosos, há um conselho definitivo contra BUSCAR APRENDER OS SEUS MÉTODOS E ENSINAMENTOS PARA O NOSSO PRÓPRIO BENEFÍCIO. Isso é exatamente o que alguns têm estado a fazer, e isso resultou na mistura dos seus métodos e ideias com os nossos, abrindo as portas para a propagação e prática do espiritualismo católico-romano na forma de formação espiritual e da sua "oração contemplativa/mística". Como descobrimos, isso é, na realidade, um misticismo antigo e está varrendo o cristianismo evangélico de hoje, uma forma de espiritualismo que não é incomum aos enganos do fim dos tempos." (Rick Howard, A Rebelião Ómega, pág. 212; itálico do original convertido para maiúsculas)

Que o SENHOR continue a guiar e a conduzir a Sua Igreja para esta poder enfrentar, com coragem, o enorme "iceberg" da apostasia ómega, que está mesmo diante dos nossos olhos