segunda-feira, 6 de fevereiro de 2023

O VINHO QUE JESUS BEBIA

 

O VINHO QUE JESUS BEBIA – “Jesus Cristo bebia vinho, e isso pode chocar alguns cristãos”. Essa declaração – de que Jesus usava bebida alcoólica – foi feita por um grande evangelista durante uma convenção religiosa em Filadélfia (EUA) há algum tempo. Quanto se saiba, a asserção jamais foi contestada: o silêncio é surpreendente e chocante.
 
*Publicado por Júlio César Prado
Os fatos porem, são estes: Jesus produziu milagrosamente vinho nas bodas de Caná. A palavra vinho, contudo, não implica necessariamente bebida fermentada. Significa apenas um produto de vinha. Pode-se encontrar uma analogia no uso corrente da palavra cidra que tanto indica a bebida forte como a isenta de fermentação. Cristo certamente referia-Se ao vinho não fermentado quando disse que “ninguém põe vinho novo em odres velhos”.
 
Na versão Septuaginta, a palavra hebraica para suco de uva, “tiros”, é traduzida pelo menos trinta e três vezes pela palavra grega “oinos”, vinho, e o adjetivo “novo” não se faz presente. “Oinos”, portanto, pode claramente representar o produto não-fermentado no Novo Testamento. É inconcebível que Nosso Senhor, após o recebimento do Espírito Santo, haja em Seu primeiro milagre produzido intoxicantes, principalmente o que representa o maior oponente da vida do espírito. “Não se embriaguem com vinho, pois isso será a perdição de vocês. Ao contrário, fiquem cheios do Espírito de Deus (Efésios 5:18 – A Bíblia na Linguagem de Hoje).
 
Também não se pode admitir que haja preparado vinho fermentado, isto é, corrompido, para as bodas em Caná. O Senhor da vida em hipótese alguma iria produzir algo que tivesse tal característica. Isso arruinaria o grande símbolo da Comunhão. “Vocês anunciam a morte do Senhor”, disse Paulo referindo-se ao vinho tomado durante a Santa Ceia (I Coríntios 11:26). A morte do Senhor diferia de todas as outras mortes em razão de que Seu corpo não sofreu “corrupção”. Seu corpo, “soma”, não se tornou um cadáver – Ptoma – (Atos 2:27-31). A palavra Ptoma não é mencionada uma vez sequer nas narrativas da paixão e morte do Senhor.
 
Descobertas da moderna fisiologia tornam perfeitamente claro o contraste entre a taça do Senhor e a taça dos demônios! Nada poderia tipificar mais adequadamente o poder de Cristo que comunica vida do que o trigo e a uva, alimentos considerados completos. O fruto da vida contém os delicados elementos que, em nossos dias, são considerados essenciais para a sobrevivência e desenvolvimento do organismo. O conteúdo geral da uva é o seguinte: 2,8% de albumina, 83,7% de carboidratos, 1,2% de ácidos e extratos, e 2,3% de sais minerais. A fermentação destrói 98,5% da albumina, 98% dos carboidratos, 47 dos ácidos e extratos e 76% dos sais minerais. A vida se esvai. A “soma” da uva se torna uma “ptoma”, um cadáver líquido.
Poderia Jesus, o Criador, ter fabricado uma bebida destrutiva ao vir em carne? Em sua vida humana há dois momentos em que empregou Seu poder criativo – ao criar vinho em Caná e ao criar pão para alimentar os famintos na encosta da montanha. Teria ele criado pão mofado? Teria criado peixes podres? Teria criado vinho fermentado? Seria incrível.
 
Que dizer da recomendação de Paulo a Timóteo para que usasse um pouco de vinho por causa de seu estômago? Nenhum remédio melhor poderia ser indicado para ajudar a digestão de Timóteo e resolver seus problemas estomacais (ver I Timóteo 5:23) do que o suco de uvas. O açúcar contido na uva é uma substância que passa diretamente à circulação sem requerer digestão.
 
Além dessa substância, favorável nesses casos, o álcool, também passa inalteradamente às células do organismo, destruindo as defesas lipoides e demonstrando afinidades letais, especialmente para os tecidos nervosos. Assim novamente temos o duelo entre a uva que transmite vida e o álcool que transporta a morte.
 
O álcool reduz o calor orgânico. Não tem nenhum proveito para a atividade, pois não pode ser utilizado para o trabalho muscular. Em lugar de ajuda à atividade, reduz o tempo de reflexo em todos os sentidos. Não tem valor medicinal. Tem sido fator preponderante em todo o tipo de enfermidades e é a única e direta causa em muitas delas, especialmente de natureza mental. Encurta a vida conforme se demonstra por uma quantidade de conclusões de estudos. Como podia Jesus, em Quem estavam todos os tesouros da sabedoria, desconhecer tais fatos? Como podia Ele chegar a fabricar e fazer uso de vinho fermentado? “Ele deve ter sido meramente um produto de Sua época”! É a esse impasse teológico que o mau emprego da história de Caná da Galileia leva.
 
O vinho que Jesus proveu para a festa de Caná, e que Ele ofereceu aos discípulos como símbolo de Seu próprio sangue, era o puro suco da uva. Foi Jesus que, no Velho Testamento, fez esta advertência ao povo israelita: “O vinho é escarnecedor, e a bebida forte alvoroçadora; todo aquele que por eles é vencido, não é sábio” (Provérbios 20:1). Foi Ele que prescreveu abstinência à mãe de Sansão (Juízes 13:3, 4 e 14). Cristo não contradiz os Seus próprios ensinos. Jesus não iria de maneira alguma sancionar o uso de vinho intoxicante. De maneira alguma (Foto: Ilustração/Divulgação).
 
*Júlio César Prado é jornalista